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Resumo sobre laringite (completo) – Sanarflix

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Definição

O termo laringite é sinônimo de inflamação laríngea, o que implica uma resposta local a dano tecidual, caracterizado por dilatação capilar e infiltração leucocitária.

A laringite aguda é uma condição autolimitada que dura menos de três semanas e geralmente está associada a uma infecção do trato respiratório superior, principalmente viral.

As infecções geralmente ocorrem durante um período de até sete dias, com febre e comprometimento das vias aéreas, sendo mais prevalente na infância. Causas não infecciosas incluem tensão vocal excessiva, refluxo gastroesofágico e inalação de irritativos. 

Laringite infecciosa  

A laringotraqueíte aguda (também denominada de crupe viral) pode ser definida como uma infecção viral subaguda de vias aéreas alta caracterizada por tosse tipo “latido de cachorro”, febre e estridor. Os agentes mais comuns são o vírus parainfluenza 1 e 2, e influenza tipo A. Ocorre mais frequentemente no outono e inverno, com crianças de 1 a 3 anos, e duração média de 3 a 7 dias. Pode ser chamada atípica quando ocorre em menores de 1 ano, duração maior que 7 dias, ou quando não tem curso benigno com resolução espontânea e, nestes casos, deve-se pensar em corpo estranho, estenose subglótica, traqueíte bacteriana. 

O resfriado comum é a infecção viral do trato respiratório superior manifestado geralmente por coriza, tosse, febre baixa e cefaléia. Ocasionalmente, quando há acometimento inflamatório da laringe, pode ocorrer disfonia. Pode ser causado por diversos agentes como rinovirus (mais frequente), adenovírus (geralmente com maior dificuldade respiratória), picornavirus, entre outros. O quadro é autolimitado e em cerca de 50% dos casos o agente não é identificado. 

Embora a etiologia da infecção na maioria dos casos seja considerada viral, foram isolados da nasofaringe de adultos com laringite aguda alguns agentes bacterianos como Moraxella catarrhalis , Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae. A difteria, coqueluche, sarampo, rubéola e varicela também podem, eventualmente, causar lesão inflamatória laríngea e traqueal.

Laringite não-infecciosa 

A laringe pode ser afetada por mecanismos hiperfuncionais anormais (gritos e tosse persistente)  e desequilíbrio da tensão nos músculos envolvidos na produção da voz, levando à disfonia. A lesão resulta de microtrauma submucoso da prega vocal, com edema focal e hemorragia. 

A doença do refluxo gastroesofágico, devido a proximidade com a laringe, leva a exposição do suco gástrico e bile à região laríngea, que podem causar lesão direta, alteração da função mucociliar, alteração de cicatrização de lesões pré-existentes, alterações da função neuro-muscular, e até metaplasia. Pode ocorrer alteração da qualidade vocal e rouquidão, devido inflamação, edema, formação de granulomas, pólipos, artrite da articulação cricoaritenóidea, entre outros. 

As laringites por inalação de irritativos são resultado da passagem de substâncias gasosas prejudiciais à mucosa laríngea, podendo ser aguda ou crônica. Geralmente as alterações envolvem apenas o epitélio e a superfície submucosa, com exceção das injúrias térmicas, que podem estender-se para a camada submucosa profunda e outras estruturas de suporte laríngeo.

Quadro clínico geral da laringite

De forma geral, a gama de sintomas na laringite é pequena. A queixa mais comum é a rouquidão, independente da causa, que pode ser de duração e severidade variáveis. Odinofagia ou odinofonia podem ocorrer no local da inflamação, ou podem ser referidas, com frequência na orelha. Outros sintomas são tosse, estridor, afonia e dispneia. A disfagia é uma manifestação rara da disfunção laríngea isolada, e a febre pode estar presente em processos inflamatórios de origem infecciosa. 

Tratamento da laringite  

As opções de tratamento para rouquidão variam de acordo com a etiologia subjacente. O descanso de voz é usado para laringite aguda, independente de ser infecciosa ou não, na presença de hemorragia das pregas vocais e outras condições em que há edema agudo e inchaço da laringe. 

No caso de laringite viral aguda o tratamento envolve alimentação leve, com pequenas porções e frequentes, hidratação e umidificação do ambiente (vapor d’água). A tratamento intra hospitalar está indicado nos casos em que há suspeita de epiglotite, estridor progressivo, estridor importante em repouso, retrações torácicas, agitação, febre alta, toxemia, palidez, cianose ou torpor. A utilização de corticóide inalatório para prevenção de formas graves ainda não está bem definida. Os antibióticos não são indicados, a menos que haja evidências claras de faringite bacteriana coexistente. 

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