Saiba neste artigo tudo sobre os adenovírus, incluindo definição, sintomas, formas de transmissão e mais informações.
Os adenovírus são agentes virais amplamente conhecidos por sua capacidade de causar infecções em diferentes sistemas do organismo humano. Embora frequentemente associados a quadros de risco, esses vírus podem desencadear uma ampla gama de manifestações clínicas.
Assim, o objetivo deste artigo é te orientar sobre o adenovírus para te ajudar a compreender a epidemiologia, os sintomas, as formas de transmissão e os avanços no manejo dessas infecções, que são assuntos essenciais para um diagnóstico rápido e instruções adequadas. Acompanhe!
O que é o adenovírus
O adenovírus consiste em um tipo de vírus que pode infectar humanos e outros animais. Dessa forma, existem mais de 50 tipos diferentes de adenovírus que podem causar uma variedade de doenças, incluindo infecções respiratórias superiores e inferiores, conjuntivite, gastroenterite, meningite, pneumonia e infecções do trato urinário.
Assim, os adenovírus são vírus de DNA, o que significa que seu material genético é composto por moléculas de ácido desoxirribonucleico (DNA).
Desse modo, mesmo sendo responsáveis por uma ampla gama de doenças, eles também são frequentemente usados em pesquisas e em terapias genéticas. Isso ocorre devido à sua capacidade de infectar células humanas e transportar material genético para dentro delas.
Epidemiologia do adenovírus
O adenovírus é um vírus comum em todo o mundo e a maioria das pessoas será afetada em algum momento de suas vidas. A infecção por adenovírus pode ocorrer em qualquer idade, contudo, é mais comum em crianças pequenas e adultos jovens.
Embora a maioria das infecções por adenovírus seja leve e se resolva por si só, certos tipos de adenovírus podem causar doenças graves em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, como:
- Pessoas com câncer;
- Transplantados de órgãos;
- Pessoas com HIV/AIDS; e
- Bebês prematuros.
Além disso, alguns tipos de adenovírus estão associados a surtos de doenças respiratórias graves em militares e em pessoas que frequentam instalações de treinamento militar. Esses surtos são particularmente frequentes em ambientes fechados, como acampamentos de treinamento e instalações militares, onde facilita-se a transmissão pela proximidade entre as pessoas e a falta de medidas adequadas de higiene.
Patogenia do adenovírus
O adenovírus caracteriza-se por ser um vírus de DNA que se replica dentro das células hospedeiras, causando uma variedade de doenças em humanos e outros animais.
A patogenia do adenovírus envolve várias etapas, incluindo:
- Infecção das células hospedeiras;
- Replicação viral;
- Produção de novas partículas virais;
- Disseminação para outras células e tecidos.
A infecção pelo adenovírus se inicia com a ligação do vírus às células hospedeiras. No geral, isso ocorre através de receptores específicos na superfície da célula.
Após a entrada do vírus na célula hospedeira, libera-se o material genético viral no citoplasma da célula e transporta-se o mesmo até o núcleo, onde ocorre a replicação e produção de novas partículas virais. Essas novas partículas virais, ao serem produzidas, causam danos às células hospedeiras, levando a uma resposta inflamatória que pode resultar em diversos sintomas.
A infecção inicial pode ocorrer nas vias respiratórias, no trato gastrointestinal, nos olhos ou no trato urinário, dependendo do tipo de adenovírus. Em alguns casos, o vírus pode se espalhar para outros órgãos e sistemas do corpo, agravando o quadro clínico.
Sintomas da infecção pelo adenovírus
Os sintomas da infecção pelo adenovírus podem variar dependendo do tipo de vírus e da idade e saúde do indivíduo infectado. Assim, algumas pessoas podem ter infecções assintomáticas, enquanto outras podem desenvolver doenças graves.
Geralmente, os sintomas da infecção podem incluir:
- Febre;
- Dor de cabeça;
- Dor de garganta;
- Coriza;
- Tosse;
- Conjuntivite;
- Dor abdominal;
- Diarreia;
- Náusea;
- Vômito;
- Rash cutâneo;
- Dor muscular e nas articulações.
Os sintomas geralmente aparecem dentro de 2 a 14 dias após a exposição ao vírus e podem durar de alguns dias a várias semanas.
Além disso, a infecção pode levar a complicações respiratórias mais graves, como pneumonia, bronquiolite ou até mesmo insuficiência respiratória, especialmente em crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades. A bronquiolite, por exemplo, é uma inflamação das vias respiratórias inferiores que pode levar a dificuldades respiratórias graves e até a hospitalização.
Formas de transmissão do adenovírus
O adenovírus é altamente contagioso e pode ser transmitido de diversas maneiras. Portanto, as principais formas de transmissão do adenovírus incluem:
- Contato pessoa a pessoa – Isso ocorre quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou fala, liberando pequenas partículas do vírus no ar, que podem ser inaladas por outra pessoa;
- Contato direto com uma pessoa infectada – O toque físico, como apertos de mão ou abraços, também pode resultar na transferência do vírus;
- Superfícies contaminadas – O adenovírus sobrevive em superfícies por longos períodos, podendo ser transmitido ao tocar objetos contaminados, como maçanetas, telefones, brinquedos, teclados de computador e corrimãos.
- Contato com fezes – A transmissão também pode ocorrer quando há contato com fezes infectadas, como no uso de banheiros públicos ou durante a troca de fraldas de crianças infectadas;
- Contato com água contaminada – Algumas cepas de adenovírus podem ser transmitidas por meio do contato com água contaminada, como piscinas, banheiras de hidromassagem e fontes termais.
Além disso, pessoas infectadas pelo adenovírus podem transmitir o vírus mesmo que não apresentem sintomas da doença. Isso torna o controle da propagação do vírus um desafio, especialmente em ambientes de alta densidade populacional, como escolas, hospitais e prisões.
Diagnóstico da infecção pelo adenovírus
Realiza-se o diagnóstico da infecção pelo adenovírus com base nos sintomas clínicos, sendo este confirmado por meio de exames laboratoriais. Alguns testes laboratoriais específicos detectam o vírus em amostras de sangue, urina, fezes, secreções respiratórias ou tecidos infectados.
Os principais testes usados para diagnosticar a infecção incluem:
- Teste de PCR (reação em cadeia da polimerase) – Detecta o DNA do adenovírus em uma amostra coletada de secreções respiratórias, fezes, urina ou sangue. Corresponde a um dos métodos mais precisos para detectar o vírus.
- Testes sorológicos – Esses testes detectam anticorpos produzidos pelo sistema imunológico em resposta à infecção. Embora não sejam tão usados para o diagnóstico precoce, podem ser úteis para determinar se uma pessoa teve uma infecção recente ou anterior.
O diagnóstico precoce da infecção é importante para garantir que o paciente receba o tratamento adequado e para prevenir a propagação da doença para outras pessoas.
Tratamento da infecção pelo adenovírus
Atualmente, não existe um tratamento específico para a infecção pelo adenovírus. Portanto, o tratamento geralmente é voltado para aliviar os sintomas. As principais abordagens incluem:
- Medicação para aliviar a dor e a febre – Como acetaminofeno ou ibuprofeno, que ajudam no controle dos sintomas e melhoram o conforto do paciente.
- Hidratação adequada – É essencial para prevenir a desidratação, especialmente em casos de diarreia ou vômitos. Portanto, recomenda-se a ingestão de líquidos como água, suco e caldos.
- Repouso – O repouso adequado é fundamental para ajudar o corpo a combater a infecção e se recuperar mais rapidamente.
Em casos graves, a hospitalização pode ser necessária para monitorar os sintomas e fornecer suporte vital, como oxigenoterapia ou suporte ventilatório. Além disso, quando ocorre uma infecção bacteriana secundária, indica-se o uso de antibióticos, apesar de eles não serem eficazes contra o adenovírus em si.
Prevenção da infecção pelo adenovírus
Embora não haja uma vacina amplamente disponível para a população em geral, realiza-se a prevenção da infecção pelo adenovírus com medidas simples de higiene e cuidados pessoais. As principais práticas de prevenção incluem:
- Lavar as mãos com frequência – Especialmente após tocar em superfícies públicas ou em contato com pessoas doentes.
- Evitar tocar o rosto – Para reduzir a chance de transmissão do vírus por meio dos olhos, nariz ou boca.
- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar – Isso ajuda a evitar que as gotículas infectadas sejam dispersas no ambiente.
- Evitar o contato com pessoas infectadas – Manter distância de pessoas que apresentam sintomas como tosse ou febre pode reduzir a propagação do vírus.
Além disso, os profissionais podem recomendar a vacinação contra o adenovírus para pessoas em risco, como militares ou viajantes para áreas com surtos de adenovírus.
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Referência bibliográfica
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