Confira neste artigo tudo que você precisa saber sobre espirometria, incluindo definição, como calcular, valores pulmonares e mais.
A espirometria é um exame essencial na avaliação da função pulmonar, permitindo a mensuração objetiva de fluxos e volumes respiratórios. Ela é fundamental no diagnóstico e no acompanhamento de doenças obstrutivas e restritivas.
Assim, esse teste fornece parâmetros indispensáveis para a estratificação de gravidade, monitoramento terapêutico e tomada de decisões.
Desse modo, o objetivo deste artigo é abordar o funcionamento da espirometria, suas principais instruções na prática médica e a interpretação dos achados mais comuns. Se você busca um aprofundamento sobre o uso desse exame na rotina clínica, esse artigo é fundamental para você. Acompanhe!
Como funciona a espirometria?
A espirometria consiste em uma técnica de medidas respiratórias muito antiga. Porém, é imprescindível para os estudos de fisiologia respiratória até os dias atuais.
Isso porque é um exame que mede a quantidade de ar e a velocidade da inspiração e expiração. Por isso, possui a capacidade de:
- detectar disfunções pulmonares obstrutivas e restritivas,
- avaliar a evolução clínica de pneumopatias,
- direcionar condutas em pacientes cardiopatas.
Sendo assim, as principais indicações para espirometria são: pacientes com tosse crônica, fumantes e para avaliação da dispneia.
Fonte: https://eigierdiagnosticos.com.br/blog/o-que-exame-espirometria/
Espirometria: o que acontece no exame?
Nesse exame, você realizará diferentes manobras de inspirações e expirações profundas em um aparelho denominado espirômetro (Figura 01), através do qual terá os valores pulmonares necessários para calcular o Índice de Tiffeneau-Pinelli.
Portanto, é necessário que os resultados espirométricos sejam confiáveis. E , é importante estar atento a alguns cuidados técnicos, tais como:
- Compreensão e colaboração do paciente;
- Conhecimento técnico de quem realiza o teste;
- Voz de comando (alta e esclarecedora, para que o paciente compreenda o que deverá ser feito);
- Equipamento de boa qualidade e calibrado;
- Controle ambiental de temperatura, umidade relativa do ar e pressão barométrica. É recomendado anotar as condições ambientais em que o teste é realizado, para que duas espirometrias em um mesmo indivíduo não sejam realizadas em situações ambientais diferentes.
Espirometria e valores pulmonares
A espirometria permite a medida dos seguintes valores pulmonares (Figura 02):
- VC (Volume Corrente): é o volume inspirado e expirado em um ciclo respiratório normal;
- VRI (Volume de Reserva Inspiratória): é o volume máximo de ar inspirado após uma inspiração normal;
- VRE (Volume de Reserva Expiratória): é o volume máximo de ar expirado após uma expiração normal;
- Volume Residual (VR): é o volume de ar que permanece nos pulmões.
Assim, a partir dos valores pulmonares supracitados, é possível também obter o valor das capacidades pulmonares (Figura 02):
- Capacidade Inspiratória (CI): VC + VRI
- Capacidade Residual Funcional (CRF): VRE + VR
- Capacidade Vital (CV): VRI + VC + VRE
- Capacidade Pulmonar Total (CPT): VRI + VRE + VC + VR
Fonte: HALL, John E. Guyton & Hall – Tratado de Fisiologia Médica, 13ª edição, 2013
Como calcular o Índice de Tiffeneau-Pinelli
Para o cálculo do Índice de Tiffeneau-Pinelli, você precisa do valor da capacidade vital forçada (CVF) e do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1). Veja abaixo a definição de cada um:
- Capacidade Vital Forçada (CVF): é o volume de ar expirado, rapidamente, após uma inspiração profunda máxima.
- Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1): é o volume máximo que você consegue expirar no primeiro segundo de uma expiração máxima.
Por fim, é possível calcular o Índice de Tiffeneau-Pinelli ao fazer a relação VEF1/CVF. O referencial de normalidade adotado para o Índice de Tiffeneau-Pinelli é de 0,7, sendo que valores abaixo ou acima desse índice enquadram-se em padrões obstrutivos e restritivos, respectivamente.
Autor: Lara Camila da Silva Alves
Instagram: @alveslaras
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