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Tudo o que você precisa saber sobre o nervo oculomotor | Colunistas

nervos cranianos

Índice

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1. Definição
e trajeto

O nervo oculomotor constitui o III par de um
agrupamento de doze nervos conhecido como os nervos cranianos. Esse grupo
recebe esse nome porque emerge através dos acidentes anatômicos cranianos, como
as fissuras e os forames e estão envolvidos por bainhas tubulares que são
originadas das meninges cranianas.

O nervo oculomotor possui sua origem no
mesencéfalo; a partir desse ponto, atravessa a dura-máter no sentido lateral ao
diafragma da sela que atua como teto para a glândula hipófise, depois
transpassa o teto e a parede lateral do seio cavernoso. Nesse ponto, o nervo
oculomotor deixa a cavidade do crânio e entra na órbita por meio da fissura
orbital superior. A partir dessa fissura, o nervo oculomotor se divide em dois
segmentos: a divisão superior, que é responsável pela inervação dos músculos
reto superior e levantador da pálpebra superior; e a divisão inferior, que
inerva os músculos retos inferior e medial e o músculo oblíquo inferior.  

2. Funções  

            Como funções, o nervo oculomotor possui
duas principais. A primeira corresponde à função motora somática, do grupo
eferente somático geral, que equivale à condução de impulsos referentes a temperatura,
dor, pressão, tato e propriocepção, inervando os seguintes músculos do bulbo do
olho: músculos retos superior, medial e inferior e oblíquo inferior. A segunda
função é motora visceral, do grupo parassimpático-eferente visceral geral,
responsável pela condução de impulsos para o músculo liso, que inerva o músculo
liso do esfíncter da pupila, responsável pela constrição da pupila, e o músculo
ciliar, responsável pela acomodação visual.

            Existem dois núcleos oculomotores,
um para cada função do nervo oculomotor. O núcleo motor somático está
localizado no mesencéfalo e o núcleo motor visceral parassimpático se encontra
no dorso dos dois terços rostrais do núcleo motor somático.

3. Complicações

            Para uma boa avaliação e identificação
correta da complicação, é extremamente necessário que durante a avaliação
semiológica neurológica, o médico conheça as condições normais das estruturas
que sofrem inervação pelo nervo oculomotor. Na grande maioria dos casos, a
pupila possui um formato circular, localizada no centro da estrutura ocular,
medindo aproximadamente 2mm a 4mm de diâmetro. Dessa forma, ao examinar a
pupila é necessário permanecer atento à forma (normalmente circular),
localização (central) e ao tamanho, que abaixo de 2mm indica miose e acima de
4mm é sinal sugestivo de midríase. Outros fatores que também merecem atenção
durante a avaliação neurológica é se existe igualdade entre as pupilas, ou
seja, possuem o mesmo diâmetro e reagem igualmente à luz, no qual afirma-se que
elas são isocoricas e a presença de irregularidades em seu delineamento, em que
essa condição é chamada de discorria.

A principal complicação do nervo oculomotor
corresponde a sua paralisia, que corresponde à um problema relativamente
frequente na prática clínica do médico, podendo ser causada por quaisquer
movimentos que causem dano ou dificultem a irrigação do nervo. Comumente, as
paralisias desse nervo possuem duas origens principais: traumática e não-traumática.

A paralisia do nervo oculomotor por causa
traumática, geralmente ocorre após algum tipo de traumatismo cranioencefálico
(TCE), que na maioria dos casos, proporciona a formação de um hematoma
extradural, que se encontra localizado na fossa temporal, provocando a
compressão e posteriormente a paralisia desse nervo. Esse acometimento normalmente
é manifestado clinicamente com midríase unilateral e déficit motor
contralateral.

A paralisia por causa não-traumática
regularmente pode ser associada a isquemia cerebral, aneurisma ou tumor
intracraniano. A isquemia cerebral acontece principalmente em pacientes idosos,
possuindo como principal causa a hipertensão arterial, arteriosclerose ou
diabetes mellitus, no qual essas patologias são responsáveis pela obstrução ou
diminuição do fluxo sanguíneo para o encéfalo, resultando na isquemia. O
aneurisma cerebral é mais frequente em adultos e em jovens, acometendo
principalmente a artéria comunicante posterior. Devido a proximidade anatômica
entre a artéria comunicante posterior e o nervo oculomotor, quaisquer
alterações que resultem na variação do tamanho dessa artéria, poderá resultar
em compressão do nervo, gerando sua paralisia. Por sua vez, os tumores intracranianos
raramente estão associados a paralisia completa do nervo, a extensão da
paralisia vai depender de alguns fatores, como a natureza, local e taxa de
crescimento do tumor. Tumores localizados especialmente próximo ao clivo do
osso occipital, podem causar o estiramento ou imobilização do nervo, proporcionando
maiores possibilidades de rompimento e de perda de condução.

As lesões que afetam o nervo oculomotor podem
ser isoladas, ou seja, atingindo apenas esse nervo, ou complexa, no qual ocorre
o acometimento de outros nervos cranianos. Contudo, de uma maneira geral, a paralisia
do nervo oculomotor acomete a maioria dos músculos do olho, o músculo
levantador da pálpebra superior e o músculo esfíncter da pupila. Ocorre queda
da pálpebra, que não pode ser levantada com movimentos voluntários por causa da
atividade sem oposição do músculo orbicular do olho. Outro movimento
prejudicado são os que envolvem a pupila, na qual ocorre dilatação completa e
ausência da sua reação, pois não ocorre oposição do músculo dilatador da
pupila. Também ocorre movimento da pupila “para fora e para baixo” devido à ação
sem oposição dos músculos reto, lateral e oblíquo superior. Geralmente, se o
problema for resolvido de maneira eficiente, o prognóstico para recuperação de pacientes
que sofreram algum tipo de paralisia do nervo oculomotor é bastante
satisfatório, tendo em vista a boa capacidade de regeneração que esse nervo
possui.

Autor:
Allison Diego

Instagram: @allison_diego

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