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Tratamento para TDAH: medicações terapêuticas e orientações

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Índice

Entenda como o tratamento para TDAH deve ser conduzido, as opções terapêuticas disponíveis e possibilidades futuras à luz da ciência. Bons estudos!

É de extrema importância que os médicos tenham habilidades sólidas no tratamento para TDAH. Como profissionais de saúde, eles desempenham um papel fundamental na identificação, diagnóstico e manejo adequado desse transtorno neurobiológico.

O que é o TDAH: entenda sua prevalência

Segundo o Dr. Leonardo S. Gaspar, o TDAH é definido como um “transtorno mental frequente, multifatorial e crônico que envolve alterações neurobiológicas”.

A apresentação do transtorno é variável, podendo haver a prevalência de um grupo de sintomas em relação a outro. De maneira geral, leva em consideração a desatenção, hiperatividade e impulsividade.

O TDAH tem uma grande participação genética, por isso pode ser herdado. De maneira geral, é capaz de comprometer o funcionamento diário do indivíduo, impactando em diversos setores da sua vida.

Aproximadamente 5,3% das crianças e adolescentes apresentam diagnóstico de TDAH. Há evidências da persistência do quadro na vida adulta em 60 a 70% dos casos.

Sintomas típicos: foco de ação do tratamento para TDAH

Como comentamos, os sintomas do TDAH envolvem três grandes pontos foco: desatenção, hiperatividade e impulsividade.

Os relatos dos pacientes acerca da desatenção envolvem:

  • Cometer erros por descuido, manter atenção em tarefas ou atividades;
  • Dificuldade em seguir instruções e cumprir tarefas;
  • A administração do tempo e atividades é um desafio maior do que deveria;
  • Esquecimento frequente de compromissos ou responsabilidades;
  • Fácil distração com estímulos externos.

Quanto à hiperatividade, é comum que os pacientes com TDAH relatem agitação motora de mãos e pés. Por isso, o paciente pode ter dificuldade em situações que exigem mais calma e quietude. Ainda, pode resultar em uma sobrecarga de atividades diárias, a fim de tentar esvair a energia.

Em relação à impulsividade, algumas atitudes comuns são:

  • Tendência a agir sem pensar nas consequências;
  • Interrupção frequente dos outros durante conversas ou atividades;
  • Dificuldade em esperar a vez em situações sociais;
  • Tomada de decisões precipitadas ou impulsivas.

Como comentamos acima, nem todas as pessoas com TDAH apresentam os mesmos sintomas ou gravidade.

TDAH – Tipo Predominantemente Desatento no DSM-5

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) está incluído no Manual de Diagnósticos e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V).

A. Assim, os critérios para o diagnóstico do TDAH – Tipo Predominantemente Desatento (314.00) são 6 ou mais dos seguintes sintomas com frequência, durante pelo menos 6 meses:

  1. Não presta atenção suficiente a detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares, no trabalho ou em outras atividades.
  2. Tem dificuldade em manter a atenção em tarefas ou atividades recreativas.
  3. Não parece ouvir quando lhe dirigem a palavra diretamente.
  4. Não segue instruções e não conclui tarefas escolares, tarefas domésticas ou deveres no local de trabalho.
  5. Tem dificuldade em organizar tarefas e atividades.
  6. Evita, mostra aversão ou é relutante em se envolver em tarefas que exigem esforço mental constante.
  7. Perde objetos necessários para tarefas ou atividades.
  8. Se distrai facilmente por estímulos externos.
  9. É esquecido em relação a atividades cotidianas.

B. Alguns sintomas de desatenção estão presentes antes dos 12 anos de idade.

C. Alguns sintomas de desatenção estão presentes em dois ou mais ambientes (por exemplo, escola, trabalho, em casa).

D. Deve haver evidências claras de interferência clinicamente significativa nas atividades sociais, acadêmicas ou ocupacionais.

E. Os sintomas não ocorrem exclusivamente durante o curso de um Transtorno do Espectro do Autismo, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psicótico, e não são melhor explicados por outro transtorno mental (por exemplo, Transtorno de Ansiedade, Transtorno Depressivo).

TDAH – Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo no DSM-5

Da mesma maneira, esse tipo de TDAH espera que apareçam 6 (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade-impulsividade têm persistido por pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível de desenvolvimento e são desadaptativos e inconsistentes com o nível de desenvolvimento:

  1. Se agita com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira.
  2. Abandona sua cadeira em sala de aula ou outras situações em que se espera que permaneça sentado.
  3. Corre ou escala em situações inadequadas.
  4. Tem dificuldade em brincar ou se envolver em atividades tranquilas.
  5. Está “ligado” ou frequentemente age como se estivesse “a todo vapor”.

Abordagens gerais do tratamento para TDAH: entenda quais são

Atualmente, as abordagens para o TDAH incluem opções:

  • Farmacológicas;
  • Terapia comportamental;
  • Abordagens combinadas entre elas.

Todas essas terapias são fundamentais no manejo do paciente. Por meio delas é possível o desenvolvimento de habilidades adaptativas específicas, que ajudem no quadro.

Assim, a melhora da concentração, funcionamento acadêmico e profissional do paciente repercute positivamente na sua auto estima. As estratégias de enfrentamento para lidar com os desafios diários minimizam impactos negativos do TDAH de maneira geral.

Terapia medicamentosa no tratamento para TDAH

As medicações mais prescritas como tratamento para TDAH são classificadas em estimulantes e não estimulantes.

Os estimulantes são frequentemente utilizados como primeira linha de tratamento. Eles ajudam a aumentar a concentração, reduzir a hiperatividade e controlar impulsividade. Esses medicamentos agem no sistema nervoso central, aumentando os níveis de neurotransmissores, como dopamina e norepinefrina. Exemplos dessas medicações são a metilfenidato (ex. Ritalina) e a anfetamina (ex. Adderall).

Os não estimulantes são escolhidos para casos em que os estimulantes não são bem tolerados pelo paciente. Como exemplo, temos o atomoxetina (Strattera).

A terapia medicamentosa para TDAH se popularizou negativamente nos últimos anos. Muitos jovens, sob pressão de atingir boas notas, aprovação escolar e acadêmica passaram a fazer uso indiscriminado dessas drogas.

Por esse motivo, é importante que também sejam veiculadas informações acerca dos possíveis efeitos colaterais de tais medicações.

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Frustração ao não conseguir terminar atividades escolares.

Medicações no tratamento para TDAH: possíveis efeitos colaterais

É importante que o paciente conheça bem os possíveis efeitos colaterais das medicações para o TDAH. Por isso, o profissional deve orientá-lo a retornar, caso não de adapte à medicação.

Alguns efeitos colaterais das medicações estimulantes são:

  • Perda de apetite e perda de peso;
  • Insônia ou dificuldade em dormir;
  • Dores de cabeça;
  • Dor de estômago ou desconforto abdominal;
  • Aumento da pressão arterial ou frequência cardíaca;
  • Irritabilidade ou alterações de humor.

Pensando nas medicações não estimulantes, podemos citar:

  • Problemas gastrointestinais, como náuseas, vômitos ou constipação;
  • Sonolência ou fadiga;
  • Tontura;
  • Aumento da irritabilidade ou alterações de humor.

Considerando isso, o monitoramento adequado do uso dessas medicações é necessário, sendo arriscado quando não se pode contar com ela.

Essa preocupação é especial para os que fazem seu uso sem prescrição médica. Sem orientação, o potencial de abuso das medicações é favorecido, sendo usado de forma inadequada.

Terapia comportamental: importante tratamento para TDAH

A terapia comportamental é uma estratégia excelente de abordagem ao paciente com TDAH.

Nela é realizada uma avaliação abrangente, envolvendo os sintomas e comportamentos problemáticos no contexto em que ocorrem. É importante que a família esteja envolvida, transmitindo informações importantes para o cuidado, principalmente quando crianças.

O objetivo é que o profissional trabalhe metas realistas e alcançáveis. Elas geralmente estão relacionada à melhorias específicas, considerando os principais desafios do paciente. Assim, o gerenciamento de tempo, aumento da concentração e redução da impulsividade podem ser o foco dessas metas.

O reforço positivo incentiva comportamentos desejados. Assim, o terapeuta trabalha em conjunto com o paciente para identificar recompensas apropriadas e motivadoras, como elogios, pontos, privilégios ou outras formas de reconhecimento.

Orientações para o paciente com TDAH: gestão e adaptações

A terapia comportamental também envolve a colaboração com os pais e educadores do paciente.

O terapeuta fornece orientações e estratégias para ajudar os pais a entenderem e lidarem com os sintomas do TDAH, implementar estratégias eficazes de disciplina, estabelecer rotinas consistentes e criar um ambiente de apoio. A comunicação com professores e outros profissionais escolares também pode ser estabelecida para melhorar a compreensão e o suporte no ambiente escolar.

Com um grupo de apoio coeso e ciente das metas e estratégias exploradas na terapia, o compromisso em colaborar com essa mudança comportamental do paciente é importante.

É importante que os pais se eduquem sobre o TDAH, entendendo os sintomas, as características e os desafios associados à condição. Isso ajudará a ter expectativas realistas e a compreender as necessidades do filho.

Para os pais, incentive o estabelecimento de rotinas diárias consistentes para atividades como sono, alimentação, estudo e lazer. Crie um ambiente organizado, com espaços designados para materiais escolares e tarefas.

Sugestão de leitura complementar

Perguntas frequentes

  1. Quais são as abordagens de tratamento para o TDAH?
    As abordagens de tratamento para o TDAH incluem medicação, terapia comportamental e uma combinação de ambas.
  2. Quais são os efeitos colaterais comuns das medicações para o TDAH?
    Alguns efeitos colaterais comuns das medicações para o TDAH incluem perda de apetite, insônia e aumento da pressão arterial.
  3. Qual é a importância da terapia comportamental no tratamento do TDAH?
    A terapia comportamental desempenha um papel importante no desenvolvimento de habilidades adaptativas, no gerenciamento de comportamentos problemáticos e na melhoria do funcionamento diário de indivíduos com TDAH.

Referências

  1. Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Ministério da Saúde. Conitec
  2. Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), uma conversa com educadores.
  3. ADHD: BASICS FOR THE GENERAL PSYCHIATRIST.

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