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Resumo: adenocarcinoma gástrico: fatores de risco, sintomas, diagnóstico e tratamento | Ligas

Resumo: adenocarcinoma gástrico: fatores de risco, sintomas, diagnóstico e tratamento | Ligas

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A maioria dos tumores gástricos são adenocarcinomas, uma das neoplasia mais fatais do mundo. Comumente, os pacientes postergam a procura por ajuda para quando os sintomas estão mais evidentes. Sendo esse um dos principais motivos da alta taxa de mortalidade, a busca de assistência médica durante os estágios mais avançados da doença

Fatores de risco

Os principais fatores que predispõe a esse tipo de câncer são os hábitos de vida e os antecedentes do paciente. Dentre os hábitos, o tabagismo e o tipo de dieta se destacam. A alta ingestão de alimentos malconservados ou com grande quantidade de nitrato facilita o aparecimento da neoplasia, devido à consequente proliferação de bactérias que produzem, a partir do nitrato, um produto carcinogênico. Somado a isso, o baixo consumo de vitamina A e C, de frutas que contém substâncias antioxidantes e proteínas também configuram fator de risco para o adenocarcinoma de estômago.

Já entre os antecedentes, o principal fator de risco é a infecção pela Helicobacter pylori chegando a aumentar em até 6 vezes a chance de aparecimento desse adenocarcinoma, através da gastrite e hipocloridria, consequentes da infecção. Quando associado aos outros fatores já citados, aumentam mais ainda o risco de desenvolvimento do câncer. Outra doença predisponente é a anemia perniciosa, uma gastrite crônica que leva a atrofia de células parietais do fundo gástrico produtoras de fator intrínseco e ácido clorídrico e, consequentemente, hipocloridria. A gastrite, resultante desses dois problemas, predispõe a úlcera gástrica persistente, que por sua vez também pode tornar o paciente mais propenso a neoplasia.

Além de todos esses fatores, pessoas que foram submetidas a uma gastrectomia parcial, por conta do refluxo biliar ao remanescente gástrico, apresentam cerca de 3 vezes mais chances de desenvolver o câncer 15 anos após a realização da cirurgia. A presença de pólipos gástricos adenomatosos indica risco diretamente proporcional ao tamanho do pólipo. Por último, a história familiar, como em boa parte das neoplasias, tem importância preditiva para o de estômago.

Manifestações clínicas

Nos estágios mais precoces, o câncer não costuma se manifestar clinicamente ou apresenta apenas sintomas inespecíficos. Quando mais avançado, os sintomas começam a surgir, sendo esse, o momento de diagnóstico da maioria dos casos. Perda de peso, anorexia, disfagia, dor epigástrica, melena e saciedade precoce são os principais. O sangramento crônico pode estar presente e pode se apresentar como anemia ferropriva, fadiga e mal-estar. Massas palpáveis em região epigástrica, vômitos recorrentes e caquexia são outros possíveis achados.

Achados importantes durante o exame físico que sugerem fortemente a presença desse adenocarcinoma são o linfonodo de Virchow (adenomegalia supraclavicular esquerda) e o sinal da irmã Maria José.

Também podem ser percebidos sintomas associados aos principais locais de metástase, como fígado (dor em quadrante superior direito do abdome, icterícia e ascite) e pulmões (hemoptise e tosse).

Como é feito o diagnóstico?

            A endoscopia digestiva alta quando associada a biópsia com citologia chega a ter precisão de até 99%.

Através da endoscopia, é possível classificar macroscopicamente a lesão através das categorias de Bourmann, descritas na tabela abaixo.

Além desses dois exames, o exame baritado é uma técnica capaz de sugerir malignidade através da radiografia e pode ser realizado como exame de triagem. Algumas características que podem ser visualizadas são massas polipoides e úlceras com fundo irregular.

Como tratar essa neoplasia?

            A cirurgia para ressecção do tumor é a única opção disponível hoje para obtenção de cura do câncer gástrico e só é possível na menor parcela de pacientes. A técnica utilizada depende da localização da lesão, conforme descrito na tabela abaixo. Além da técnica, a abordagem deve priorizar margens de seguranças amplas e a retirada de linfonodos regionais de maneira profilática.

Terapias adicionais envolvem a quimioterapia tanto pós-cirúrgica quanto paliativa para pacientes em estágios mais avançados. Ela comprovadamente reduz o número de complicações do tumor, como perfuração gástrica e sangramentos, e de sintomas.

Confira o vídeo: