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Resumo sobre constipação instestinal (completo) – Sanarflix

Resumo sobre constipação intestinal (completo)

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Resumo sobre constipação intestinal: da definição ao tratamento, passando pela fisopatologia, epidemiologia, quadro clínico e diagnóstico.

Definição

A constipação intestinal é um sintoma comum, mas sua definição não é ambígua. Geralmente é referida como fezes endurecidas, evacuações infrequentes,  excesso de esforço ao defecar, necessidade de esforço excessivo para evacuar, sensação de evacuação incompleta, tempo excessivo ou insucesso para evacuar.

Acomete cerca de 20% da população mundial, sendo mais comum em mulheres, e constitui um dos sintomas mais frequentes de procura ao médico. 

A constipação é dividida em primária e secundária, tendo essa última causa bem definida, como doenças endócrinas e neurológicas ou uso inadvertido de substâncias obstipantes. 

Epidemiologia da Constipação

As prevalências de constipação intestinal variam, principalmente, de acordo com o local e o critério diagnóstico utilizado. As taxas de prevalência foram mais baixas em estudos que utilizaram os critérios de Roma para definir constipação em comparação com estudos baseados em autorrelato. 

Uma revisão sistemática estimou que 63 milhões de pessoas na América do Norte preenchiam os critérios de Roma para constipação. Constitui um dos sintomas mais frequentes, acometendo cerca de 20% da população mundial, e a queixa digestiva mais comum na população geral, sendo sendo responsável por cerca de 2,5 milhões de visitas ao clínico geral e gastroenterologista.  

Constipação auto referida nos Estados Unidos e no Reino Unido é mais prevalente em mulheres não brancas. A prevalência de constipação crônica aumenta com a idade, mais dramaticamente em pacientes com 65 anos de idade ou mais.

A constipação parece estar correlacionada com a diminuição da ingestão calórica em idosos.

No Brasil, não existem dados publicados de prevalência na população geral, visto que os estudos encontrados na literatura foram todos realizados em subgrupos, como lactentes, adolescentes e mulheres na menopausa. 

Outros fatores de risco associados ao desenvolvimento de constipação incluem a baixa atividade física, baixo nível socioeconômico e educacional, alimentação inadequada, história de abuso sexual e os estados depressivos. 

Etiologia e Fisiopatologia 

A constipação intestinal é uma condição multifatorial, sendo na maioria das vezes decorrente da ingestão inadequada de fibras e água, em que há movimento desordenado das fezes através do cólon ou anorreto. A desaceleração do trânsito colônico pode ser idiopática ou pode ser devido a causas secundárias. 

A constipação de trânsito intestinal normal (funcional) representa cerca de 90% das causas idiopáticas. São indivíduos com distúrbios psicossociais frequentes, e queixam-se também de desconforto abdominal e flatulência. Geralmente respondem à adição de fibras à dieta e à melhor hidratação. 

A secundária pode ser decorrente de fatores intestinais e extra-intestinais. Aquela resulta de alterações estruturais do ânus, reto ou cólon, como malformação retal adquirida, como doença de Chagas, displasia neurogênica, tumores, síndrome cólon irritável. A constipação crônica extra-intestinal é decorrente de doenças endócrinas e metabólicas, afecção neurológica ou uso de medicamentos. 

Quadro clínico da Constipação

Considera-se normal a frequência de evacuação de, no mínimo, três vezes por semana. As queixas mais frequentes dos pacientes incluem fezes endurecidas, esforço excessivo no ato evacuatório, evacuações infrequentes, sensação de evacuação incompleta e até mesmo demora excessiva no toalete. Embora os pacientes com constipação funcional possam apresentar dor abdominal e/ou distensão abdominal, eles não são os sintomas predominantes.

Diagnóstico de constipação 

O ponto mais importante nas abordagem diagnóstica do paciente constipado é excluir a presença de causas secundárias. Por isso, é importante ficar atento a alguns sinais de alarme coletados na história como emagrecimento, hemorragia, febre, anorexia e anemia, que podem nos orientar para uma causa anatômica. 

Em 2016, o comitê de trabalho internacional revisou os critérios diagnósticos (Roma IV) para constipação funcional. O diagnóstico deve ser baseado na presença do seguinte por pelo menos três meses: 

1- Deve incluir dois ou mais dos seguintes:

  • Esforço durante mais de 25 por cento das defecações.
  • Fezes duras ou grumosas em mais de 25 % das defecações.
  • Sensação de evacuação incompleta por mais de 25 % das defecações.
  • Sensação de obstrução / bloqueio anorretal em mais de 25 % das defecações.
  • Manobras manuais para facilitar mais de 25% das defecações (por exemplo, evacuação digital, pressão sobre o assoalho pélvico).
  • Menos de três evacuações espontâneas por semana.

2-  Fezes moles raramente estão presentes sem o uso de laxantes

3- Existem critérios insuficientes para síndrome do cólon irritável.  

Em pacientes com mais de 50 anos com quadro de constipação recente, é importante a pesquisa de sangue oculto nas fezes, bem como a dosagem sanguínea de eletrólitos. Àqueles que não responderam à orientação inicial e/ou apresentam anemia ou sangue oculto nas fezes indica-se a colonoscopia, principalmente para rastreio de câncer de colorretal. 

Tratamento da constipação

O manejo inicial da constipação inclui educação do paciente, modificação do comportamento, mudança na dieta. Há necessidade de uma dieta rica em fibras, em especial vegetais os mais variados, e de uma hidratação adequada (30 a 50mL/ kg/dia), dependente de sua atividade e do clima onde reside. Com a ingestão suplementar de fibras aumenta-se o volume fecal, diminui-se a consistência das fezes e estimula-se fisiologicamente a evacuação. As fibras retêm água em sua estrutura e, por isso, os pacientes devem ingerir volume hídrico adequado.

Quando não há sucesso com a dieta, o manejo inicial no tratamento farmacológico da constipação idiopática, é preferível fibras dietéticas e laxantes formadores de massa, como psyllium ou metilcelulose, juntamente com fluidos adequados. 

Se não houver melhora, o próximo passo na terapêutica é tentar um laxante osmótico, se tolerado. A experiência mundial aponta o Polietilenoglicol (PEG) como o laxativo osmótico de eleição, pois é eficaz, isento de paraefeitos, tem absorção desprezível, não é metabolizado, não é calórico e nem teratogênico, podendo ser utilizado, inclusive, para a constipação da gravidez. Outras opções incluem laxantes amaciadores das fezes, como Docusato de sódio ou Óleo mineral, ou laxantes estimulantes, como o Bisacodil ou Sene. 

Mapa mental de constipação intestinal

Mapa mental Constipação Intestinal - Sanar Medicina

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