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Resumo sobre cistos ovarianos

Resumo cistos ovarianos (completo) - Sanarflix

Índice

Os cistos ovarianos é um tópico importante para formação médico para se desenvolver na compreensão da saúde ginecológica. O objetivo deste artigo é oferecer um resumo sobre o tema e ajudá-lo a entender mais sobre conceito, sintomas e abordagens terapêuticas. Aproveite a leitura!

Definição de cistos ovarianos

Os cistos ovarianos são estruturas saculares ou vesiculares que se formam nos ovários. Eles são bolsas preenchidas por líquido ou material semissólido, geralmente desenvolvidas a partir de um folículo ovariano ou de tecido ovariano.

Eles são comuns e podem variar em tamanho, desde pequenos, imperceptíveis sem exames médicos, até grandes o suficiente para serem sentidos ao toque durante um exame físico.

A maioria dos cistos ovarianos é benigna e desaparece sem tratamento. No entanto, em alguns casos, eles podem causar sintomas como dor abdominal, inchaço, alterações menstruais ou desconforto pélvico.

Tipos de cistos ovarianos

Existem diferentes tipos de cistos ovarianos, sendo os mais frequentes os cistos funcionais, foliculares e os cistos do corpo lúteo.

Cistos Funcionais

Os cistos funcionais são os mais comuns e se formam como parte do ciclo menstrual normal. Podem ser categorizados como:

  • Foliculares (quando um folículo não libera um óvulo);
  • Corpo lúteo (quando o local de liberação do óvulo se fecha e se enche de fluido).

Cistos Dermoides

Também conhecidos como cistos teratomatosos, são cistos que contêm tecidos derivados de diferentes camadas germinativas embrionárias. Podem conter cabelo, dentes ou outros tecidos.

Cistadenomas

Cistos que se desenvolvem nas células da superfície do ovário.

Endometriomas

Cistos resultantes da condição chamada endometriose, onde o tecido semelhante ao revestimento do útero cresce fora do útero, muitas vezes afetando os ovários.

Epidemiologia dos cistos ovarianos 

A epidemiologia dos cistos ovarianos varia de acordo com a faixa etária e a população estudada. Essas estruturas são comuns em mulheres em idade reprodutiva. Estimativas apontam que, aproximadamente, 6 a 7% das mulheres desenvolverão um cisto ovariano durante a vida.

Cistos funcionais e cistos dermoides

Os cistos funcionais são os mais prevalentes e frequentemente ocorrem em mulheres jovens, especialmente durante os anos reprodutivos.

Já os cistos dermoides tendem a se manifestar em mulheres mais jovens, enquanto os cistadenomas e endometriomas têm uma incidência maior em mulheres mais velhas.

A maioria dos cistos ovarianos é benigna, e apenas uma pequena porcentagem está associada a tumores ovarianos malignos.

Patogênese

Um folículo maduro normal pode ter 2 a 3 cm de diâmetro, mas podem se transformar em cistos funcionais e cistos de corpo lúteo, se evoluírem para diâmetros superiores a este. 

Os cistos ovarianos fetais e neonatais provavelmente surgem da estimulação ovariana por gonadotrofinas maternas e fetais, embora a patogênese seja incerta.

A maioria dos cistos ovarianos simples em bebês e crianças pré- púberes está relacionada à falha de involução de um folículo ovariano.

Alguns cistos ovarianos em meninas pré-púberes são hormonalmente ativos e resultam em puberdade precoce periférica, também chamada de pseudopuberdade, na qual características sexuais secundárias começam a aparecer antes da puberdade. 

Os ovários da adolescência podem conter vários folículos em diferentes estágios de desenvolvimento. A maioria dos cistos ovarianos em adolescentes são cistos foliculares, que resultam da falha do folículo em maturação em ovular e involuir. 

Já os cistos do corpo lúteo resultam do acúmulo de líquido no corpo lúteo, que se forma após a ovulação, podendo atingir 5 a 12 cm de diâmetro se houver sangramento no corpo lúteo. 

Quadro clínico e diagnóstico 

Em neonatos, crianças pré-púberes e adolescentes os cistos ovarianos fisiológicos frequentemente se apresentam como massas císticas pélvicas ou abdominais assintomáticas.

Grandes cistos no ovário podem causar aumento da frequência urinária, constipação ou sensação de pressão na parte inferior do abdome, particularmente nas crianças mais velhas e adolescentes. 

No entanto, boa parte dos casos são achados de imagem incidental. Os cistos foliculares apresentam aspecto unilocular, com paredes delgadas, e podem medir até 8 cm de diâmetro. Seu conteúdo geralmente é de líquido seroso seroso, mas eventualmente pode se tornar hemorrágico. 

Já os cistos lúteos possuem aspecto cístico na ultrassonográfica com paredes ecogênicas, mas que podem conter conteúdo ocasionalmente hiperecogênico nos casos de cistos hemorrágicos. 

A torção, ruptura e hemorragia ovariana são as complicações importantes dos cistos ovarianos. Essas complicações podem se manifestar com dor abdominal inferior unilateral aguda e severa e requerem avaliação urgente. 

Alguns dos sintomas

O quadro clínico dos cistos ovarianos pode variar amplamente, desde ser assintomático até causar sintomas significativos. Alguns dos sintomas que podem estar associados aos cistos ovarianos incluem:

  • Dor abdominal ou pélvica: Pode variar de leve a intensa, intermitente ou constante, muitas vezes localizada no lado onde o cisto está presente.
  • Inchaço abdominal: Sensação de peso ou aumento perceptível no abdômen.
  • Irregularidades menstruais: Alterações no ciclo menstrual, como sangramento anormal ou ausência de menstruação.
  • Dor durante a relação sexual: Algumas mulheres podem sentir desconforto ou dor durante o sexo.
  • Náuseas ou vômitos: Mais comuns em casos de cistos grandes ou complicados.
  • Dor lombar: Em casos raros, cistos maiores podem exercer pressão sobre estruturas adjacentes, causando dor nas costas.

Formas de diagnosticar os cistos

O diagnóstico de cistos ovarianos geralmente começa com um exame físico, seguido por exames de imagem, como ultrassonografia pélvica. O exame que é uma ferramenta para identificar a presença, tamanho, tipo e características do cisto.

Em alguns casos, a ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC) podem ser realizadas para obter informações mais detalhadas, especialmente se houver suspeita de características incomuns no ultrassom.

Além dos exames de imagem, o médico pode solicitar exames de sangue para avaliar os níveis hormonais ou marcadores tumorais, principalmente em casos de suspeita de um cisto complexo ou malignidade.

Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial entre cistos benignos e malignos é crucial. Em alguns casos, pode ser necessária uma biópsia ou aspiração por agulha para obter amostras de tecido do cisto para análise laboratorial, especialmente se houver suspeita de um cisto maligno.

Importância de uma abordagem diagnóstica bem feita

A abordagem diagnóstica para os cistos ovarianos visa determinar a natureza do cisto, sua composição, tamanho, localização e se há sinais de malignidade, orientando assim o plano de tratamento apropriado.

Manejo dos cistos ovarianos 

O manejo depende do tipo, tamanho e sintomas. Muitos cistos funcionais desaparecem sem tratamento.

Para cistos maiores, sintomáticos ou suspeitos de malignidade, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, como:

  • a remoção laparoscópica do cisto ou,
  • em alguns casos, a remoção do ovário afetado.

Abordagens comuns de tratamento

Muitos cistos funcionais desaparecem sem tratamento. Em casos assintomáticos ou cistos pequenos e simples, o médico pode recomendar apenas acompanhamento regular com exames de imagem periódicos para monitorar a regressão do cisto.

Medicação

Em alguns casos, especialmente para cistos associados à síndrome do ovário policístico (SOP), o médico pode prescrever contraceptivos hormonais para regular o ciclo menstrual e reduzir o crescimento de novos cistos.

Procedimentos minimamente invasivos

A aspiração por agulha guiada por ultrassom pode ser utilizada para drenar cistos grandes ou para aliviar sintomas, como dor. No entanto, esse procedimento não trata a causa subjacente e o cisto pode reaparecer.

Cirurgia

Em casos de cistos grandes, persistentes, sintomáticos, complexos ou suspeitos de malignidade, a intervenção cirúrgica pode ser necessária.

A cirurgia pode ser realizada por laparoscopia para remover o cisto (cistectomia). Em alguns casos, o ovário afetado (ooforectomia parcial ou total).

Avaliação Oncológica

Se houver suspeita de malignidade, a paciente pode ser encaminhada para um especialista em oncologia ginecológica.

Esse profissional vai fazer uma avaliação adicional, que pode incluir exames de imagem mais avançados, biópsia ou remoção cirúrgica completa com avaliação patológica.

Manejo de casos em adolescentes

Para pacientes adolescentes com cistos foliculares encontrados em exames de rotina, apenas o acompanhamento está indicado. Isso porque a maioria desses cistos se resolve espontaneamente em duas a oito semanas.

Para cisto lúteos também é indicado apenas observação, mas estes tendem a involuir após 3 meses. 

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