Saiba neste artigo tudo que você precisa saber sobre cefalosporinas, incluindo definição, gerações, usos e mais informações.
As cefalosporinas são uma das classes de antibióticos β-lactâmicos mais amplamente utilizadas na prática médica. Desse modo, com um espectro de ação que varia conforme as gerações, esses fármacos desempenham um papel fundamental no tratamento de diversas infecções bacterianas, desde as comunitárias até as hospitalares mais complexas.
Desse modo, você será orientado neste artigo com um resumo prático sobre os principais aspectos das cefalosporinas, incluindo sua classificação, indicações e considerações clínicas importantes para o uso racional na prática médica. Acompanhe!
O que são cefalosporinas?
As cefalosporinas são antibióticos bactericidas e, por ser um beta-lactâmico, seu espectro de ação é inibir a síntese da parede celular bacteriana. Assim, elas são divididas em 5 gerações.
Aqui no Brasil, as cefalosporinas de quinta geração estão disponíveis; no entanto, não vamos abordar as drogas dessa geração neste resumo.
- 1ª Geração: Cefalotina, Cefazolina, Cefadroxila e Cefalexina.
- 2ª Geração: Cefoxitina, Cefuroxima e Cefaclor.
- 3ªGeração: Ceftriaxona, Cefotaxima e Ceftazidima
- 4ª Geração: Cefepime e Cefpiroma.
- 5ª Geração: Ceftaroline e Ceftobiprole.
Cefalosporinas de 1ª geração
As cefalosporinas de primeira geração são representadas por medicamentos de via oral, Cefalexina e Cefadroxil. Além disso, existe a representação por medicamentos de via parenteral, Cefalotina e Cefazolina.
Espectro de ação e usos
Basicamente, o espectro de ação das cefalosporinas de 1ª geração são gram-positivos (exceto entecoccos e estafiloco coagulase negativo) e poucos gram-negativos (como E. coli, Proteus spp e Klebsiela pneumoniae).
Desse modo, dos gram-positivos o destaque com certeza é para o MSSA: Staphylococcus aureus meticilina sensível.
Por isso, seus usos são resumidos em:
- Infecção de trato urinário inferior: principalmente em crianças e gestantes (principalmente a cefalexina);
- Infecções de pele em tratamento ambulatorial (cefalexina) ou hospitalar (cefalotina);
- Profilaxia de infecção de ferida cirúrgica (cefalotina ou cefazolina).
Cefalexina
Droga bastante utilizada na prática, para profilaxia e tratamento de ITU em crianças; e tratamento de ITU em gestantes. Além de infecções de pele não graves.
- Via de administração: oral
- Apresentação: comprimido revestido de 500mg ou 1g ou suspençao oral de 100mg/ml ou 250mg/5ml.
- Crianças: 25-50mg/kg/dia, divididos em 3-4x/dia (dose máxima de 1g/dia)
- Adultos: 250-500mg, 6/6h.
Cefadroxil
- Via de administração: oral;
- Apresentação: cápsula de 500mg ou suspensão oral de 50mg/ml;
- Crianças: 15-30 mg/kg/dia 12/12 hs;
- Adultos: 500mg, 12/12h.
Cefalotina
- Via de administração: intravenosa;
- Apresentação: 1g;
- Posologia: 80 a 150 mg/kg/dia de 4/4 ou 6/6h.
Cefazolina
- Via de administração: intravenosa;
- Apresentação: 1g;
- Posologia: 25 a 100 mg/kg/dia de 8/8h.
Cefalosporinas de 2ª geração
A grande diferença é uma cobertura maior contra cocos gram-negativos e cocos gram-positivos, como o pneumococo.
Além disso, cobrem H. influenzae e M. catarrhalis. Especificamente a cefotixina tem boa cobertura contra Bacteroides fragilis. Desse modo, é claro que permanece a cobertura contra as enterobactérias.
Assim, são representadas pela cefotixina, cefuroxime, cefprozil e cefaclor, este último já não é tão mais recomendado seu uso na prática.
Cefuroxime
- Via de administração: oral ou intravenosa;
- Apresentação: 250 ou 500mg;
- Espectro de ação: mais ativo contra H. influenzae, M. catarrhalis e cocos gram positivos;
- Usos: um grande uso da cefuroxime é em infecção do trato urinário;
- Dose usual: 250mg, 12/12h.
Cefoxitina
- Via de administração: intravenosa;
- Apresentação: 1g;
- Espectro de ação: menos poder contra gram positivos e mais poder contra anaeróbios. Um grande porém é que é uma droga que induz a produção de beta-lactamase;
- Usos: infecções abdominais, profilaxia de cirurgias abdominais e pélvicas;
- Dose usual: 1-2g, de 8/8h.
Cefalosporinas de 3ª geração
Uma das classes mais utilizadas na prática médica. Assim, seu poder de ação amplia para os gram negativos e penetra barreira hemato-encefálica, por isso são usadas em meningites (exceto se por Listeria monocytogenes). No entanto, não tem ação contra germes atípicos.
Desse modo, fazem parte dessa classe: Ceftriaxone, Ceftazidme e Cefotaxima
Espectro de ação de usos
A grande diferença é que a Ceftadzime é a única com boa ação contra Pseudomonas. Assim, os usos são:
- Pneumonia bacteriana em tratamento hospitalar;
- Tratamento empírico de meningite;
- Tratamento hospitalar de ITU complicada;
- Infecções intestinais (como peritonite bacteriana espontânea e abdome agudo inflamatório).
Ceftriaxone
- Via de administração: intravenosa ou intramuscular;
- Apresentação: 500mg ou 1 g;
- Dose usual: 1-2g de 12/12h ou 1x ao dia. Dose máxima de 4g/dia.
Cefotaxima
- Via de administração: intravenosa
- Apresentação: 500mg ou 1 g
- Dose usual: 1-2g de 8/8h. (máximo 12g/dia)
Ceftazidme
- Via de administração: intravenosa
- Apresentação: 1 ou 2g
- Dose usual: 2g de 8/8h
Cefalosporina de 4ª geração
Essa geração se caracteriza pela classe de amplo espectro, com ótima cobertura de gram-negativo e positivo, atuam bem contra estafilococo sensível a meticilina (MSSA) e boa ação contra Pseudomonas. No entanto, não tem boa cobertura contra enterococos. Assim, a principal droga é o Cefepime, porém também há o Cefpirome (que existe no Brasil).
Usos
Bom uso em pacientes hospitalizados (inclusive sépticos) contra ITU, meningite e pneumonia e é droga de escolha em Neutropenia Febril.
Cefepime
- Via de administração: intravenosa
- Apresentação: 1 ou 2g
- Dose usual: 2g de 8/8h
Além disso, veja também uma vídeo aula completa sobre as cefalosporinas:
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