Precisa de ajuda para entender os principais pontos sobre a anatomia da pele? Então, esse é o texto ideal para seus estudos!
A pele, maior órgão do corpo, é formada por um epitélio estratificado de origem ectodérmica em contato com uma derme de tecido conjuntivo de origem mesenquimal. As suas principais funções são:
- Proteção: rigidez (espessura) e melanina (UV).
- Termorregulação: eliminação do suor e refrigeração.
- Resposta imune: primeira linha de defesa.
- Impermeabilidade: barreira à perda de água e substâncias.
- Sensação: tato.
- Excreção: glândulas écrinas (suor) excretam H2o, eletrólitos, HCO3, ureia, etc.
- Endocrinometabólica: produção de vitamina D, testosterona, estronas, diidrotestosterona.
A coloração, espessura e textura da pele variam em diferentes regiões do corpo. Além disso, devido à influência dos hormônios sexuais, há distinções entre a pele masculina e feminina.
A pele que reveste o vermelho dos lábios, assim como as regiões palmar e plantar, não possui pelos. Nessas áreas, especialmente na região palmar e plantar, há uma maior concentração de glândulas sudoríparas. Por estarem constantemente expostas a pressão e fricção, essas regiões contam com uma camada adicional de proteção chamada camada lúcida, que proporciona maior resistência.
Ademais, a pele possui três camadas que serão conceituadas abaixo: epiderme, derme e hipoderme.
Anatomia da pele: Epiderme
Entender a anatomia da pele sem compreender o que é a epiderme é impossível, não é mesmo?!
Ela é a camada mais superficial da pele, constituída de epitélio pavimentoso estratificado queratinizado (queratinócitos) e, além disso, possui 5 camadas: camada basal, camada espinhosa, camada granulosa, camada lúcida e camada córnea.
Camada basal
É a camada mais interna, próxima ao tecido conjuntivo (derme), e é composta por uma única camada de células cúbicas (ou prismáticas), basófilas e de núcleo grande.
Essa camada possui uma menor quantidade de citoplasma e é rica em células-tronco, característica que faz com que também seja conhecida como camada germinativa.
Por conta desta característica celular, essa camada possui uma alta atividade mitótica e, portanto, garante a renovação celular da pele. Além disso, a quantidade de queratina aumenta à medida em que os queranócitos migram para a superfície celular.
Camada espinhosa
Também chamada de camada de Malpighi, a camada espinhosa possui algumas camadas de células bem coesas, unidas através dos desmossomos, que a conferem uma aparência de espinhos. Além disso, ela possui tonofilamentos, feixes de filamentos de queratina, e sua constituição permite que a epiderme seja resistente a atritos!
Camada granulosa
A camada granulosa, por sua vez, possui cerca de 5 fileiras de células achatadas, com citoplasma rico em grânulos de queratohialina.
Além disso, essa camada também possui grânulos lamelares, que auxiliam na impermeabilização da epiderme através da formação de uma barreira.
A produção dos grânulos citoplasmáticos se dá pela diferenciação do citoesqueleto de queratinócitos, que se aproximam da superfície corpórea e realizam a produção de tonofilamentos de queratina que se ligam com os desmossomos, fazendo com que a queratina seja sintetizada em grânulos citoplasmáticos.
Camada lúcida
É a última camada da epiderme em que é possível encontrar células vivas. É constituída de queratinócitos pavimentosos com núcleo citoqueratinizado e está presente nas regiões em que a pele é mais espessa como, por exemplo, plantas e palmas, e nos lábios.
Camada córnea
Por fim, a camada córnea é uma camada de células achatadas anucleadas, rica em queratina citoplasmática.
Essa camada descama continuamente e os queratinócitos, ao chegarem nesta camada, se especializam (perdem núcleos e se achatam), liberam substâncias que ativam a profilagrina (ligações cruzadas que conferem resistência), criando, assim, uma barreira impermeável.
Células da epiderme
Além dos queratinócitos, a epiderme apresenta outros três tipos de células:
- Melanócitos – Responsáveis pela síntese de grânulos (melanossomas) ricos em melanina. Todas as raças têm a mesma quantidade de melanócitos. Portanto, o que varia é a morfologia, tamanho e distribuição dos melanossomos.
- Células de Langerhans – Originárias da medula óssea, possuem citoplasma claro contendo os grânulos de Birbeck. Além disso, são células dendríticas responsáveis pelo reconhecimento e apresentação de antígenos para linfócitos T.
- Células de Merkel – Encontram-se grânulos osmiófilos, contendo neurotransmissores liberados mediante pressão sobre a pele, atribuindo a esta célula a característica de receptor mecânico.
Anatomia da pele: Derme
Trata-se de uma camada que fornece sustentação, nutrição e conexão entre as outras duas camadas da pele, a epiderme e a hipoderme. Sua composição inclui tecido conjuntivo, no qual estão presentes fibras de colágeno e elastina, além de vasos sanguíneos e fibroblastos. Ademais, a derme possui as chamadas papilas dérmicas, que são projeções da derme para a epiderme, e é constituída de duas camadas: papilar e reticular.
Camada papilar
Constituída de tecido conjuntivo frouxo, é a camada dérmica mais superficial, em contato com a membrana basal, formada por fibras colágenas mais finas e dispostas mais verticalmente.
Camada reticular
É a camada mais profunda, constituída por tecido conjuntivo denso, com feixes mais grossos de colágeno, ondulados e dispostos horizontalmente.
Junção dermoepidérmica
É a zona de transição dermoepidérmica, produzida pelos queratinócitos basais e fibroblastos dérmicos. Além disso, essa região possui aspecto linear e eosinofílico e é composta por glicoproteínas, colágeno e fibras elásticas.
Anatomia da pele: Hipoderme
É a camada mais profunda da pele, formada por lóbulos de adipócitos, o que a faz ser conhecida, também, como panículo adiposo.
Além disso, a hipoderme confere à pele proteção mecânica (amortecedor de traumas), termogênese (isolante térmico), armazenamento de energia (depósito de calorias) e função endócrina (conversão periférica de hormônios sexuais). Estão presentes nesta camada, além de adipócitos, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos.
Anexos cutâneos
Glândulas sebáceas
São estruturas alveolares que desembocam no folículo piloso, ausentes em palmas e plantas. Essas glândulas produzem o sebo, constituído de material lipídico.
Para que a secreção sebácea ocorra, é preciso haver o rompimento das células centrais, secreção conhecida como holócrina. A atividade dessa glândula é máxima durante a puberdade, pois a sua regulação é feita inteiramente por hormônios androgênios.
Glândulas sudoríparas
São glândulas encontradas em menor quantidade por toda a pele, com exceção de algumas regiões, como os lábios. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: écrinas e apócrinas.
- Glândulas sudoríparas écrinas – São tubulares enoveladas e estão por toda a superfície corpórea, exceto lábios, leito ungueal, pequenos lábios, glande e face interna do prepúcio. Elas secretam o suor, conferindo-a uma função termorreguladora. Seu ducto é contínuo e se abre na superfície da pele.
- Glândulas sudoríparas apócrinas – São glândulas tubulares localizadas nas axilas, aréola e regiões pubiana anogenital. Sua secreção é mais viscosa e pode adquirir odor desagradável devido à ação de bactérias. Além disso, ela desemboca no folículo piloso acima do ducto sebáceo.
Folículos pilosos
São invaginações da epiderme que, em fase de crescimento, apresentam-se com uma dilatação terminal denominada bulbo piloso. A raiz do pelo forma-se por células que revestem a papila dérmica. O folículo piloso constitui, juntamente com o músculo eretor do pelo e a glândula sebácea, a unidade pilosebácea.
O texto acima é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.
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Referências
- AZULAY, R.D.; AZULAY, L. Dermatologia. 7. ed. São Paulo: Guanabara-Koogan, 2017.
- JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
- SAMPAIO, S.A.P.; RIVITTI, E.A. Dermatologia. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2018.