Pele e anexos: o que são e suas maiores funções

Índice

Quer entender tudo sobre Peles e Anexos? Elaboramos um artigo completo sobre o tema para você esclarecer todas as suas dúvidas.

Boa leitura!

Peles e anexos: tegumento

O tegumento é composto pela pele e anexos, as glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, folículos pilosos e unhas. Ele reveste todo o corpo e é contínuo com as membranas mucosas do sistema digestório, respiratório, sistemas urinários e genitais.

Sobre a pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, cobrindo toda superfície do corpo e correspondendo a 16% do peso corporal. Possui diversas funções, sendo elas: proteção contra lesões, atrito, invasão de bactérias e dissecação, termorregulação corporal, percepção sensorial contínua do ambiente (tato, temperatura e dor), excreção de diversas substâncias (pelas glândulas sudoríparas), proteção contra os raios ultravioleta (por conta da melanina) e absorção desta para síntese de Vitamina D3.

É composta por duas camadas, a epiderme e a derme. A epiderme é a camada mais superficial, de origem ectodérmica, já a derme é de origem mesodérmica. A hipoderme é uma camada encontrada abaixo da derme, que não faz parte da pele.

Ela nada mais é que uma camada de tecido celular subcutâneo, composto por tecido conjuntivo frouxo com células adiposas, sendo responsável pela união da pele com os órgãos subjacentes. Basicamente, a hipoderme permite que a pele deslize sobre as estruturas em que ela se apoia.

SE LIGA! A hipoderme é um fino tecido conjuntivo frouxo que se encontra abaixo da pele, mas que não faz parte dela. A hipoderme contém variáveis quantidades de tecido adiposo e constitui o tecido celular subcutâneo e a fáscia superficial (no contexto da dissecção anatômica), cobrindo todo o corpo, de forma semelhante a pele.

A interdigitação entre a epiderme e a derme é conhecida como aparelho em rede (rete apparatus), sendo uma junção irregular. Essa junção é formada pelas papilas dérmicas, projeções da derme em concavidades da epiderme, chamadas de cristas epidérmicas, estruturas que conectam e fazem a interface entre a epiderme e a derme. Essa interdigitação é muito mais profunda e generalizada na pele espessa.

Tipos de pele

Existem dois tipos de pele, a pele fina e a pele espessa. A pele fina tem poucas camadas celulares, principalmente da última camada da epiderme, que é a camada de queratina. A pele espessa, por sua vez, está presente em regiões de maior atrito (por exemplo: palma de mãos, planta de pés), possuindo diversas camadas celulares e maior espessura da camada de queratina. Uma característica da pele espessa é a ausência de glândulas sebáceas e pelos, podendo ser encontradas apenas glândulas sudoríparas.

VOCÊ SABIA? A superfície das polpas dos dedos das mãos e dos pés tem cristas e sulcos alternados, que compõem alças, curvas e vórtices com padrões específicos para cada indivíduo, chamados de dermatoglifos (impressões digitais), os quais se formam no feto e se mantém por toda a vida, sendo úteis para fins de identificação na medicina forense e em investigações criminais. 

Pele e anexos: Epiderme

A epiderme é um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, ou seja, é um tecido formado por várias camadas de células achatadas, com uma camada superficial de queratina. Alguns tipos celulares podem ser encontrados na epiderme, sendo eles os queratinóticos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel.

Os queratinócitos são as células mais abundantes e se organizam em camadas. Essas camadas podem ser observadas principalmente quando estamos diante de uma pele espessa. Da camada mais superficial até a mais profunda, pode-se observar a camada córnea, camada lúcida, camada granulosa, camada espinhosa e camada basal.

A camada ou estrato basal ou germinativo é formada por células prismáticas a cuboides, basófilas, apoiadas sobre a membrana basal que separa a epiderme da derme.

As células da camada basal já possuem filamentos intermediários de queratina, mas em pequena quantidade, que vai aumentando à medida em que as células vão subindo em direção ao estrato mais superficial.

As células dessa camada são ricas em células tronco, possuindo uma intensa atividade mitótica, sendo portanto a camada responsável pela constante renovação da pele. A pele se renova a cada 15 a 30 dias.

Imagem ilustrativa da Camada ou estrato basal (SB), com células prismáticas a cuboides, apoiadas sobre a membrana basal.

Imagem: Camada ou estrato basal (SB), com células prismáticas a cuboides, apoiadas sobre a membrana basal. Fonte: Tratado de histologia em cores, 3ª Ed., 2007.

A camada ou estrato espinhoso possui células cuboides (observa-se uma tendência de achatamento das células a medida que caminha-se para o estrato mais superficial), que possuem um núcleo central, com um citoplasma possuindo feixes de filamentos de queratina (chamados tonofilamentos).

As células dessa camada se ligam umas às outras através de desmossomos, gerando uma coesão celular, denotando a resistência ao atrito intrínseca a nossa pele. Essa ligação entre as células origina a morfologia espinhosa celular que dá o nome para a camada.

Imagem iljustrativa da Camada espinhosa, com a presença de células cuboides com núcleo central.

Imagem: Camada espinhosa, com a presença de células cuboides com núcleo central. Podem-se observar os tonofilamentos de queratina citoplasmáticos (A) e a presença de desmossomos na membrana celular (B), o que dá a morfologinha “espinhosa” para as células. Fonte: Histologia Básica, 12ª Ed., 2013.

Desmossomos

Os desmossomos são junções de adesão semelhante a soldas ou botões, localizadas na membrana plasmática lateral, que auxiliam na resistência aos estresses mecânicos. Cada desmossomo apresenta duas placas de adesão em formato de disco, localizadas opostas uma à outra nas faces citoplasmáticas das células adjacentes. As placas de adesão do desmossomo são formadas por proteínas de ancoragem, sendo as mais bem caracterizadas as desmoplaquinas e as pecoglobinas.

Algumas pessoas possuem autoanticorpos contra proteínas específicas dos desmossomos, resultando em uma patologia chamada de pênfigo vulgar, em que há o rompimento da adesão celular, gerando uma formação difusa de bolhas na pele.

Imagem do Pênfigo vulgar, cursando com bolhas flácidas confluentes disseminadas.Imagem: Pênfigo vulgar, cursando com bolhas flácidas confluentes disseminadas. Essa patologia ocorre por doença autoimune específica de desmossomos da pele. Fonte: Dermatologia de Fitzpatrick, 7ª Ed., 2014.

A camada ou estrato granuloso é composta por 3 a 5 fileiras de células poligonais achatadas, com citoplasma contendo grânulos basófilos, compostos por filamentos de querato-hialina, ricos em proteína histidina fosforilada e cistina, precursoras da filagrina.

Além disso, ainda no citoplasma podem se observar à microscopia eletrônica a presença de grânulos lamelares, responsáveis pela exocitose de um material lipídico que permanece na superfície da pele, tornando-a impermeável à água, impedindo a desidratação. Essa impermeabilização permite que os seres humanos consigam ser animais terrestres.

Posts relacionados

Compartilhe este artigo: