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Ovários e tubas uterinas: anatomia básica | Colunistas

Índice

Tudo que você precisa saber sobre a anatomia básica dos ovários e tubas uterinas. Acesse e fique por dentro do assunto!

Os órgãos femininos internos, compreendem os ovários, tubas uterinas, útero e vagina. No entanto, vamos nos deter mais especificamente aos ovários e tubas uterinas.

Esses órgãos são essenciais para uma das funções mais importantes da existência humana: a reprodução.

Tanto os ovários quanto as tubas uterinas são indispensáveis para que o ciclo da vida aconteça, através dos processos de ovulação, fecundação e desenvolvimento do ser humano.

Anatomia básica

Os ovários são as gônadas femininas com formato e tamanho semelhantes aos de uma amêndoa. Neles, se desenvolvem os oócitos, as células germinativas femininas.

Também possuem função endócrina ao produzirem os hormônios sexuais. Cada ovário é suspenso por uma prega de peritônio, o mesovário. O mesovário é formado pelo ligamento largo do útero.

Figura 1. Ovários e Ligamentos.
MOORE, 2018

Os ovários são sustentados pelo o ligamento suspensor do ovário, que se torna contínuo com o mesovário do ligamento largo. Medialmente no mesovário, um ligamento útero-ovárico curto fixa o ovário ao útero. Portanto, os ovários geralmente são encontrados entre o útero e a parede lateral da pelve.

Como o ovário está suspenso na cavidade peritoneal e sua superfície não é coberta por peritônio, o oócito expelido na ovulação passa para a cavidade peritoneal.

Entretanto, sua vida intraperitoneal é curta porque geralmente é aprisionado pelas fímbrias do infundíbulo da tuba uterina e conduzido para a ampola, onde pode ser fertilizado. 

Anatomia das tubas uterinas

Já as tubas uterinas (antes chamadas de trompas de Falópio) conduzem o oócito, que é liberado mensalmente de um ovário durante a vida fértil. As tubas também são o local habitual de fertilização. Elas estendem-se lateralmente a partir dos cornos uterinos e se abrem na cavidade peritoneal perto dos ovários.

Figura 2. Tubas Uterinas.
MOORE, 2018

As tubas uterinas medem cerca de 10 cm de comprimento e se estendem simetricamente até as laterais da pelve, onde se curvam em direção aos ovários. Podem ser divididas em 4 partes: 

  • O infundíbulo, uma extremidade distal afunilada da tuba que se abre na cavidade peritoneal através do óstio abdominal. Os processos digitiformes das fímbrias do infundíbulo abrem-se sobre a face medial do ovário; 
  • A ampola é a parte mais larga e mais longa da tuba, que começa na extremidade medial do infundíbulo; a fertilização do ovócito geralmente ocorre na ampola;
  • O istmo é a parte da tuba que tem parede espessa e entra no corno uterino;
  • A parte uterina da tuba é o segmento curto que atravessa a parede do útero e se abre, através do óstio uterino, para a cavidade do útero no corno do útero.

Vascularização

As artérias ováricas originam-se da parte abdominal da aorta e descem ao longo da parede abdominal posterior. Na margem da pelve, cruzam sobre os vasos ilíacos externos e entram nos ligamentos suspensores, aproximando-se dos ovários e das tubas uterinas.

Os ramos ascendentes das artérias uterinas seguem ao longo das faces laterais do útero e se aproximam das faces mediais dos ovários e tubas uterinas. 

Tanto a artéria ovárica quanto a artéria uterina ascendente terminam bifurcando-se em ramos ováricos e tubários. Eles irrigam ovários e tubas uterinas das extremidades opostas e anastomosam-se entre si, criando uma circulação colateral de origem abdominal e pélvica para ambas as estruturas.

As veias que drenam o ovário formam um plexo venoso pampiniforme, semelhante a uma trepadeira, no ligamento largo perto do ovário e da tuba uterina. As veias do plexo geralmente se fundem para formar uma única veia ovárica, que deixa a pelve menor com a artéria ovárica.

A veia ovárica direita ascende e entra na veia cava inferior; a veia ovárica esquerda drena para a veia renal esquerda. As veias tubárias drenam para as veias ováricas e para o plexo venoso uterino (uterovaginal), conforme retratado na Figura 3.

Figura 3. Vascularização das Tubas e Ovários.
MOORE, 2018.

Inervação

A inervação é derivada em parte do plexo ovárico, descendo com os vasos ováricos, e em parte do plexo uterino (pélvico). Os ovários e as tubas uterinas são intraperitoneais e, portanto, estão localizados acima da linha de dor pélvica.

Assim, fibras de dor aferentes viscerais ascendem retrogradamente com as fibras simpáticas descendentes do plexo ovárico e dos nervos esplâncnicos lombares até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais T11–L1.

As fibras reflexas aferentes viscerais seguem as fibras parassimpáticas retrogradamente através dos plexos uterino (pélvico) e hipogástrico inferior e dos nervos esplâncnicos pélvicos até os corpos celulares nos gânglios sensitivos dos nervos espinais S2–S4, conforme retratado na figura 4.

Figura 4. Inervação das Tubas e Ovários.
MOORE, 2018.

Conclusão

Os ovários e as tubas uterinas são constituintes do Sistema Reprodutor Feminino e são essenciais para que haja a reprodução e o desenvolvimento do ser humano.

São sustentados por uma rede de ligamentos e nutridos por um complexo de veias e artérias provenientes de vasos da pelve.

É de suma importância para o médico generalista conhecer a anatomia dessa região, para que possa ofertar ao usuário do sistema de saúde um atendimento de qualidade em cirurgias e consultas. Dessa forma, o conhecimento da área não deve estar restrito apenas ao especialista em Ginecologia e Obstetrícia.

  • Autora do mapa mental: Luana Aparecida Cunha.
  • Revisora do mapa mental: Amanda da Cunha Ignácio.
  • Instagram da Liga autora do mapa mental: @laneo.unifal

O texto é de total responsabilidade do autor e não representa a visão da sanar sobre o assunto.

Observação: material produzido durante vigência do Programa de colunistas Sanar junto com estudantes de medicina e ligas acadêmicas de todo Brasil. A iniciativa foi descontinuada em junho de 2022, mas a Sanar decidiu preservar todo o histórico e trabalho realizado por reconhecer o esforço empenhado pelos participantes e o valor do conteúdo produzido. Eventualmente, esses materiais podem passar por atualização.

Novidade: temos colunas sendo produzidas por Experts da Sanar, médicos conceituados em suas áreas de atuação e coordenadores da Sanar Pós.


Sugestão de Leitura complementar

Referências

L., Moore, Keith, et al. Anatomia Orientada para Clínica, 8ª edição. Grupo GEN, 2018. [Minha Biblioteca].

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