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Osteoporose: como prevenir, tratar e diagnosticar?

Osteoporose: como prevenir, tratar e diagnosticar?

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Definição

Osteoporose é uma doença, muitas vezes silenciosa, que causa enfraquecimento dos ossos, além de predispor as pessoas a fraturas. Alguns termos populares para se referir a osteoporose são “reumatismo nos ossos” ou “osso fraco”.

Osteoporose

As fraturas, além de ocasionarem dor, impactam na qualidade de vida de uma pessoa, diminuindo autonomia e mobilidade. As fraturas de fêmur são graves com risco de óbito pela cirurgia ou por motivos indiretos como embolia pulmonar.

Epidemiologia

A osteoporose causa mais de 8,9 milhões de fraturas por ano em todo o mundo, resultando em fratura osteoporótica a cada 3 segundos, de acordo com a Federação Internacional da Osteoporose (IOF). Calcula-se que a doença afeta 200 milhões de mulheres mundialmente. Por todo planeta, 1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerão fraturas osteoporóticas, assim como 1 em cada 5 homens com mais de 50 anos.

No geral, 61% das fraturas osteoporóticas ocorrem em mulheres. Em 2050, a incidência mundial de fratura de quadril em homens deverá aumentar em 310% e 240% em mulheres, em comparação com as taxas da década de 1990. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, 10 milhões de brasileiros são afetados pela doença.

Fatores de Risco

É preciso distinguir entre fatores de risco para osteoporose e fatores de risco para fraturas osteoporóticas. Nos primeiros estuda-se a possibilidade de o paciente apresentar osteoporose e a necessidade da realização de exames complementares para comprová-la. Nos fatores de risco para fratura osteoporótica estuda-se a possibilidade do paciente vir a sofrer uma fratura por fragilidade óssea e, então, a existência de osteoporose é um dos fatores de risco.

A osteoporose é mais frequente em mulheres após a menopausa e em idosos. Algumas condições que aumentam o risco de osteoporose são:

  • hereditariedade;
  • gênero feminino;
  • idade mais avançada;
  • tabagismo e etilismo;
  • sedentarismo;
  • uso de cortisona;
  • pessoas de raça branca e amarela;
  • pessoas muito magras magras.

Apesar de os fatores de risco para osteoporose serem bastante conhecidos há muito tempo, ainda não há uma fórmula numérica científica para avaliá-los separadamente e no contexto geral. E talvez nem venha a existir. Dependendo da população estudada estes fatores de risco têm valores relativos diferentes.

O desenvolvimento da desintometria veio ajudar no diagnóstico, mas surgem então as perguntas: Quando realizar uma densitometria? Quando repetir a avaliação? E novamente é necessário avaliar novamente os fatores de risco para a osteoporose.

Diagnóstico

Por sua natureza multifatorial, seu caráter sindrômico e suas baixas manifestações clínicas, a osteoporose é difícil de diagnosticar. Na maior parte das vezes a osteoporose é diagnosticada pelos ortopedistas pela sua consequência mais deletéria, a fratura osteoporótica.

Devemos, então, estarmos atentos para o diagnóstico do risco de uma pessoa ter osteoporose. O diagnóstico pode ser feito através do exame de densitometria óssea ou clinicamente caso o paciente apresente uma fratura típica de osteoporose.

Densitometria Óssea

Como qualquer exame subsidiário, a densitometria deve ser realizada quando há indícios suficientes da possibilidade do paciente ser portador da patologia. A desconfiança é despertada pela existência de fatores de risco para osteoporose. Não havendo fatores de risco, a regra é realizar uma primeira avaliação densitométrica em todas as pessoas de mais de 65 anos de idade, e em todas as mulheres de 50 anos que tiveram menopausa precoce.

Também pode ser feita na presença de fraturas típicas de osteoporose ou na presença de fatores que aumentem risco da doença. O exame deve ser repetido de um a três anos, dependendo de critério clínico, ou para controle de tratamento.

Tratamento

Para essa finalidade, é muito importante a ingesta diária de cálcio de pelo menos 1000 mg, além de exercício físico de baixo impacto e manter bons níveis de vitamina D. Por outro lado, caso o paciente não tenha uma dieta com alimentos ricos em cálcio, uma opção é usar suplementos como carbonato de cálcio e citrato de cálcio.

O tratamento ideal é aquele que diminui a incidência de fraturas por melhorar a geometria do osso e sua microarquitetura. O tecido ósseo recém-formado deve ter boa qualidade celular e de matriz, mineralização normal com boa proporção entre osso mineralizado (resistente mecanicamente) e não mineralizado (flexível) e sem acúmulo de danos.

A escolha do tratamento, para cada paciente, depende das características do paciente, da gravidade da patologia e do conhecimento que o médico tenha do arsenal terapêutico como um todo e da medicação que vai prescrever em particular.

Atividade Física

É o mais barato meio de prevenção e coadjuvante do tratamento. Os exercícios com peso e os exercícios de velocidade são os mais eficazes para o ganho de massa óssea. Além disso, o ganho de massa muscular e a melhoria da velocidade de resposta motora neuromuscular diminuem as quedas e o risco de fraturas nos pacientes. O efeito piezo elétrico da atividade física, ou a ação do cílio primário, estimulam os osteócitos, via osteoblastos, a promoverem a formação de osso novo.

Suplementação de Cálcio

O cálcio participa do cristal de hidroxiapatita (Ca10(PO4)6(OH)2) que dá resistência mecânica ao osso. Na composição do tecido ósseo este cristal corresponde a 65%. O cálcio atua também na coagulação sanguínea, na regulação metabólica por meio das metaloenzimas (alfa-amilase, fosfolipases, etc), na secreção de hormônios e de neurotransmissores e na aderência celular. Por sua presença na molécula de troponina, que regula a contratilidade da actina e miosina, o cálcio participa da contração muscular, inclusive do coração, e é a importância desta ação que faz com que, biologicamente, a calcemia permaneça o mais constante possível.

Vitamina D

Há várias formulações no comércio. Quando associada ao cálcio, em geral há 200UI/comprimido. A associação de cálcio e vitamina D é eficiente na diminuição da incidência de fraturas.

Prevenção

Para prevenir a doença devemos ter hábitos de vida saudáveis como evitar o fumo e ingestão de bebidas alcóolicas, além de praticar atividade física e não restringir ingesta de alimentos com cálcio.

O que devo comer?

Para melhorar os ossos de pessoas com osteoporose, é orientado ingerir alimentos ricos em cálcio o leite e derivados. Portanto tenha o hábito de checar no rótulo dos alimentos a quantidade de cálcio. Dessa maneira você mesmo pode calcular a necessidade mínima de 1000 mg ao dia.

Qual atividade física devo fazer? O que evitar?

Afim de estimular a formação de osso, os melhores exercícios são os de carga, como a musculação. Além disso, evitar movimentos que podem ocasionar fratura de coluna como rotacionar ou flexionar demais. Quer entender mais o papel do exercício físico na osteoporose? A Medina Fitness plus te explica.

Perguntas Frequentes

Tenho dor nos ossos, pode ser osteoporose?

A osteoporose na maioria das vezes é uma doença que não produz sintomas portanto, quando causa alguma sensação, essa é de dor localizada em uma região que ocorreu fratura.

Qualquer fratura é osteoporose?

Não, as fraturas da osteoporose são de fragilidade, ou seja, por um trauma que não seria suficiente para quebrar um osso normal. Sendo assim são locais típicos de fratura por osteoporose: colo do fêmur, antebraço (rádio distal), braço próximo ao ombro (úmero proximal) e coluna.

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