Ciclo Clínico

O comportamento de risco e o aumento da incidência dos casos de IST | Colunistas

O comportamento de risco e o aumento da incidência dos casos de IST | Colunistas

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O que são as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)?

As IST são extremamente comuns e estão cada vez mais presentes na sociedade atual, uma vez que a população não tem medo de se arriscar. Essas infecções são desencadeadas por diversos agentes etiológicos, sendo eles vírus, bactérias, fungos e outros microorganismos.

Sua transmissão ocorre principalmente devido ao contato sexual desprotegido, também podendo ocorrer durante a gestação, parto ou amamentação. Por outro lado, pode acontecer devido ao contato das mucosas com secreções corporais infectadas, mas é menos comum sua ocorrência.

Elas podem manifestar-se sob diversas formas, mas principalmente como síndromes, sendo elas: úlceras genitais, corrimento uretral, corrimento vaginal e DIP.

Quais são as principais IST?

Dentre as principais, temos:

Sífilis

É uma infecção bacteriana, caracterizada por apresentar três estágios.

No primeiro estágio aparece uma única ferida, indolor e sem pus que vai funcionar como o local de entrada da bactéria. Esse estágio pode durar entre duas e seis semanas, desaparecendo espontaneamente, mesmo sem tratamento.

Posteriormente, com a evolução da doença e sem o tratamento adequado, acontecem as fases seguintes, sendo em média entre seis semanas a seis meses após a infecção.

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Herpes simples

É um vírus que causa lesões principalmente na boca e/ou nos órgãos genitais. Tem como características: ardência e vermelhidão, seguidas de pequenas bolhas agrupadas que se rompem e formam feridas dolorosas. Essas feridas podem durar de 1 a 3 semanas, desaparecendo espontaneamente, mesmo sem tratamento.

Porém, mesmo após desaparecimento, o indivíduo continua infectado, podendo contaminar outras pessoas e sofrer recidivas. Vale lembrar que, mesmo com a doença, a pessoa pode nunca manifestar sintomas.

Cancro mole

É ocasionada pela bactéria Haemophilus Ducreyi, que desencadeia feridas dolorosas e purulentas nos órgãos genitais, sendo que o período de incubação é geralmente de três a cinco dias, mas pode se estender por até duas semanas. Ademais, é uma infecção mais comum nos homens.

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Linfogranuloma venéreo

É uma infecção crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis que desencadeia uma pápula, pústula ou exulceração indolor nos órgãos genitais e atinge os gânglios da virilha. Além disso, muitas vezes não é percebida e desaparece mesmo sem o tratamento.

Por fim, entre uma a seis semanas após a ferida inicial, surge um inchaço doloroso (caroço ou íngua) na virilha, que, se não for tratado, rompe-se, drenando o pus.

Donovanose

É uma infecção crônica progressiva, desencadeada pela bactéria Klebsiella granulomatis. Tem como característica o acometimento preferencial de pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais. Ela inicia com um nódulo, em seguida forma uma ferida que cresce em volume e extensão, que geralmente não dói.

HPV

É o conhecido no Brasil como Papiloma Vírus Humano, que afeta a pele e/ou mucosas genitais/anais das pessoas infectadas, causando verrugas não dolorosas que podem chegar até o câncer, se não tratadas. Elas crescem mais rapidamente durante a gravidez e em pacientes com imunidade baixa.

fonte: Getty Images/iStockphoto

Panorama atual

Parafraseando o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, as relações humanas, sejam elas sociais, econômicas ou emocionais, tornaram-se líquidas ao longo da história. Na modernidade líquida, as práticas sexuais também se adaptaram, visto que grande parte da população hoje busca apenas o prazer, que não é medido qualitativamente, mas quantitativamente: quanto mais frequente e com mais pessoas, melhor.

No entanto, o problema está justamente nisso; não há nenhum problema em buscar somente o prazer em uma relação, desde que você se proteja.

Dessa forma, Bauman estava certo. Em junho de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou que, a cada dia, surgem mais de 1 milhão de novos casos de infecções sexualmente transmissíveis curáveis entre pessoas de 15 a 49 anos, ratificando a teoria das relações líquidas.

Por fim, percebeu-se também que esse aumento é acentuado nos adolescentes e jovens, já que esse período é caracterizado por grandes mudanças psicossociais e físicas, que influenciam diretamente na vida e na tomada de decisões.

O que elas têm em comum e como preveni-las?

Todas essas infecções têm em comum, principalmente, o contágio sexual, seja ele oral, vaginal e/ou anal. Sendo que qualquer uma delas pode não manifestar sintomas, mesmo que a pessoa esteja infectada, e geralmente são mais comuns em adolescentes e jovens devido à adoção do comportamento de risco, que é quando não utilizam nenhum tipo de prevenção e possuem múltiplos parceiros.

Mas você sabia que é possível preveni-las? Isso mesmo, e de maneira bem simples, utilizando o preservativo masculino ou feminino em todas as relações sexuais de qualquer tipo.

Autora: Mírian Santos da Silva, estudante de medicina.

Instagram: @medbymins

Confira o vídeo: