Apesar de não existir lista ou metodologia que estabeleça quais são as melhores residências em Medicina Esportiva, quem tem interesse pela especialidade pode se basear nas informações divulgadas pela SBMEE (Sociedade Brasileira do Exercício do Esporte), além de instituições de referência que listamos neste texto.
A Medicina Esportiva é uma especialidade relativamente nova no Brasil. A Demografia Médica do Brasil em 2018 indica que apenas 57 vagas de residência médica foram autorizadas, das quais 13 não foram ocupadas, restando 44 residentes em todo país.
O mesmo estudo divulga que há somente 869 médicos especialistas em Medicina Esportiva no Brasil, em uma razão de 0,42 por 100 mil habitantes, que equivale a 0,2% sobre o total de especialidades.
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De acordo com o site Trabalha Brasil, o médico esportivo tem remuneração média entre R$ 5.572,08 e R$ 18.392,23, a depender da experiência, da carga horária e do porte do hospital.
A rotina do especialista varia de acordo com o ambiente de trabalho. Quando trabalha em delegações esportivas, atende atletas de alto rendimento nas áreas de clínica geral, tratamento e prevenção de lesões. Quando atua em clínicas particulares, atende pessoas que queiram manter a saúde.
O médico esportivo é habilitado para prescrever suplementos alimentares e atividade física para diversas doenças. Além disso, possui um vasto conhecimento em Fisiologia do Exercício e uma visão abrangente da prática esportiva.
Metodologia
Apesar de não haver lista sobre as melhores residências em Medicina Esportiva, podemos apontar as instituições que são referências e consideradas entre as melhores do Brasil com base em critérios objetivos e nas informações disponibilizadas pela SBMEE.
Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE)
O Iamspe atende cerca de 1,3 milhão de usuários em 173 municípios do Estado de São Paulo. Possui 80 laboratórios de análises clínicas e de imagem, além de clínicas de fisioterapia e mais de 2.500 médicos credenciados atendendo em consultórios e clínicas particulares.
O programa de residência médica oferece 03 vagas e é desenvolvido no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). Localizado no município de São Paulo, o maior hospital da Rede Iamspe possui 721 leitos, 949 médicos, 2.020 profissionais de enfermagem e oferece atendimento de alta complexidade em 51 especialidades médicas.
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
O programa de residência médica foi criado em 2007 e é desenvolvido no CETE (Centro de Traumatologia do Esporte). Por ano, a instituição, credenciada pela FIFA como um Centro Médico de Excelência, oferece 05 vagas na especialidade.
O CETE possui 6 consultórios de Ortopedia e Medicina do Esporte, 01 consultório para atendimento médico odontológico, 01 sala de curativo/Imobilização/medicação dos pacientes, 01 sala de Ultrassom, 01 sala da Medicina Esportiva/Teste Ergométrico, Departamento de fisioterapia, 03 salas Administrativas, 1 anfiteatro e 1 sala dos médicos.
O setor de Medicina Esportiva conta com ambulatórios de concussão, cardiologia do esporte, teste ergométrico, pediatria do esporte, traumatologia esportiva, esporte adaptado, infiltração, corrida, geriatria do esporte, performance, ginecologia no esporte, ambulatório de para-atletas, entre outros.
Além disso, os residentes participam de ações gratuitas de atendimento aos atletas carentes, cuidando da prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, manutenção da saúde e da qualidade de vida da comunidade.
Universidade de Caxias do Sul (UCS)
O Programa de residência oferece 02 vagas em Medicina Esportiva e tem como laboratório de ensino o HG (Hospital Geral).
Fundado em 1998, o Hospital atuava, inicialmente, apenas em serviços de Neonatologia e Obstetrícia e Ginecologia, mas, atualmente, é referência em atendimento de média e alta complexidade do SUS, em diversas especialidades, cuidando de pacientes de 49 municípios.
O prédio principal do HG possui 227 leitos destinados a UTIs adulta, neonatal e pediátrica, clínica e cirúrgica, obstetrícia, pediatria, psiquiatria, unidade de cuidados intermediários canguru e oncologia.
O programa de residência médica
A Resolução Nº 9, de 2005, estabelece que o Programa de Residência Médica de Medicina Esportiva terá a duração de 03 anos, com os seguintes conteúdos:
Primeiro Ano (R1)
- Anamnese, exame físico, solicitação e interpretação de exames complementares, prescrição
- Atendimento aos pacientes, solicitação e interpretação de exames complementares, planejamento terapêutico
- Reuniões comunitárias
- Participação em plantões no PS
- Atendimento aos pacientes internados em regime de plantão
Segundo Ano (R2)
- Atendimento aos pacientes, solicitação e interpretação de exames complementares, planejamento terapêutico.
- Indicar os procedimentos a serem utilizados e acompanhar e avaliar os pacientes.
- Participação em plantões em PS e em jogos.
- Indicação e interpretação de exames de radiografia convencional, ultra-som, TC e RM.
- Indicação, realização e interpretação de testes de marcha, movimentos esportivos e ensaios matérias.
- Indicação, participação e interpretação de testes específicos para avaliação do exercício.
- Avaliação do estado nutricional, indicação de dietas e acompanhamento
Terceiro Ano (R3)
- Atendimento às crianças, orientação sobre exercícios físicos, avaliação
- Atendimento aos adultos, orientação sobre exercícios físicos, avaliação
- Atendimento aos idosos, orientação sobre exercícios físicos, avaliação
- Avaliação, prescrição e supervisão de programas para deficientes físicos e mentais (paralisado cerebral, amputados, etc)
- Avaliação e supervisão de treinamento de esportes competitivos (individuais e coletivos).
- Atividade física para cardiopatas, pneumopatas, diabéticos, etc .
- Atendimento aos atletas durante eventos esportivos.
- Acompanhamento de delegações e competições poliesportivas
- Avaliação do aluno, orientação do exercício, acompanhamento e avaliação
- Atendimento aos atletas lesionados, solicitação e interpretação de exames complementares, planejamento terapêutico
Conceito da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício do Esporte
A SBMEE informa que, apesar do nome, a Medicina do Esporte não está restrita à saúde do atleta, pois estudos epidemiológicos vêm demonstrando os benefícios da prática de atividade física com regularidade.
Os exercícios físicos ajudam a reduzir a mortalidade e a incidência de doenças, além de dar melhor qualidade de vida a portadores de doenças cardiovasculares, pulmonares, endocrinológicas, renais, neurológicas, osteo-mio-articulares, oncológicas, etc.
Segundo a SBMEE, “o médico do esporte pode lidar com atletas de alto nível; com indivíduos comuns, não atletas, de todas as faixas etárias; indivíduos aparentemente saudáveis e portadores de doenças crônico-degenerativas como diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (incluindo a asma brônquica), hipertensão arterial, doença coronariana, osteoporose e obesidade”.
Assim, a Medicina Esportiva possui segmentos importantes como a Traumato-Ortopedia Desportiva, a Cardiologia do Esporte, a Medicina do Exercício, entre outros.
Por isso, a SBMEE afirma que se trata de uma especialidade “cuja abrangência é bem maior do que o termo ‘Medicina do Esporte’ sugere”.
Conclusão sobre as melhores residências em Medicina Esportiva
A Medicina Esportiva é uma área em crescimento no Brasil e, para entrar no mercado de trabalho com o melhor preparo, é necessário escolher um bom centro de treinamento na especialidade.
São poucas as instituições que oferecem residência médica na especialidade, o que impede estabelecer um ranking sobre quais as melhores residências em Medicina Esportiva.
Apesar disso, a melhor alternativa é consultar a SBMEE, que divulga informações dos programas que considera qualificados para oferecer uma boa formação, como os que destacamos anteriormente e você pode ver de novo abaixo:
- Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE);
- Unifesp (Universidade Federal de São Paulo);
- Universidade de Caxias do Sul (UCS);
Referências:
Medicina Esportiva: melhores residências, duração, concorrência, salário e mais!
