Confira neste artigo tudo que você precisa saber sobre a área da infectologia, incluindo rotina de trabalho, remuneração e mais.
Você já deve ter apresentado algum sinal de que estava com algum vírus ou bactéria e ficou em dúvida de qual médico buscar. Para isso, existe o médico infectologista.
Com a pandemia da Covid-19, o médico infectologista foi fundamental e ganhou muito destaque. Assim, muitas dúvidas sobre a profissão também surgiram.
O objetivo desse artigo é te ajudar a compreender melhor sobre essa profissão, descobrir como funciona a rotina de quem atua na área, como faz para se tornar e até remuneração.
O que é infectologia?
A Infectologia é a especialidade médica que estuda as doenças infecciosas e parasitárias, assim como a forma que elas afetam o indivíduo.
A maior parte do tempo, especialistas em infectologia se dedicam ao cuidado e tratamento de doenças causadas por bactérias, fungos, protozoários e outros microorganismos.
História da infectologia
A história do infectologista remonta aos tempos antigos, quando as epidemias eram uma das maiores ameaças à humanidade. No século XIX, com as descobertas de Louis Pasteur e Robert Koch sobre os agentes causadores de doenças infecciosas, a especialidade começou a se consolidar.
Durante o século XX, o avanço da microbiologia e a descoberta dos antibióticos transformaram a prática da infectologia. Hoje, os infectologistas desempenham um papel vital no combate a doenças emergentes, epidemias e pandemias, como o HIV/AIDS e a COVID-19, contribuindo significativamente para a saúde pública global.
Onde atua o profissional infectologista?
O profissional infectologista pode ser acionado para atuar em diferentes áreas, como por exemplo:
- atendimento hospitalar;
- atendimento ambulatorial;
- gestão em saúde;
- vigilância epidemiológica; e
- diagnóstico e tratamento de epidemias.
A Infectologia envolve uma área de conhecimento muito diversificada. Além de clínica médica, abrange imunologia, epidemiologia, cirurgia, pediatria, entre outras.
Isso significa que o especialista infectologista pode ter muito em comum com um médico generalista tradicional.
O profissional em infectologia e áreas de trabalho
O infectologista deve ser um profissional apaixonado e versátil, que esteja disposto sempre a aprender mais com sua profissão.
Diferentemente de outras especialidades, a Infectologia não estuda uma parte específica do corpo humano ou apenas um método diagnóstico. Sua função compreende tanto os seres vivos quanto os ambientes em que habitam.
Dessa forma, é possível entender como os diversos tipos de infecções agem em diferentes corpos, ambientes e populações.
O infectologista pode trabalhar em diferentes áreas de atuação. Vamos ver a seguir, as principais áreas onde o especialista em Infectologia pode atuar e construir carreira.
Infectologia Ambulatorial
A Infectologia Ambulatorial é uma área amplamente buscada por especialistas. Por se tratar de um atendimento menos complexo, a área possui uma alta demanda, já que realiza o tratamento de muitas doenças simples. No Sistema Público, é uma das áreas com maior espaço para o infectologista.
No caso da Infectologia Ambulatorial, diferentes casos podem ser atendidos, diagnosticados e tratados. Os mais comuns são:
- HIV
- Hepatites virais
- ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis)
- Medicina tropical
- Medicina do viajante
- Tuberculose
- Infecções em geral
Apesar de parecer bastante específico, algumas infecções são de fácil tratamento e não demandam muito tempo, o que torna a rotatividade de pacientes do infectologista bastante comum.
Infectologia Hospitalar
Aqui o infectologista trata de internações e tratamento. Todas as situações enquadradas em Infectologia Hospitalar tratam da fase aguda ou mais grave de uma doença, cujo atendimento ambulatorial não foi possível de conter.
O infectologista que atua nessa área, deve ter ainda mais responsabilidade no tratamento pessoal, assim como na abordagem de familiares e pacientes, visto que os quadros clínicos podem ser bastante graves.
Controle de infecção hospitalar
Com o aumento de resistência de algumas bactérias, o controle de infecção hospitalar vem ganhando cada vez mais espaço e aumentando sua demanda por infectologistas. A área de controle é exigida por lei em qualquer hospital ou clínica que possua ala de internação.
Além disso, o médico infectologista que atua neste local, está ligado diretamente com as comissões que cuidam da segurança do paciente e da qualidade de atendimento do hospital.
Aqui, o especialista em Infectologia é responsável pelo uso e indicações de antibióticos de maneira adequada por todos os outros especialistas. Também deve analisar periodicamente o perfil dos microrganismos, a fim de prevenir e evitar possíveis surtos.
Ainda é de responsabilidade do infectologista da área de controle de infecção hospitalar, manter o controle sobre a estrutura do hospital, coordenar e orientar modificações no atendimento, sempre buscando garantir a prevenção da veiculação de infecções.
Interconsultas em Infectologia
Outra alta demanda dentro da área de Infectologia é a de interconsultas. Qualquer paciente pode apresentar um diagnóstico de infecção, independente dos motivos que o levaram ao hospital.
As solicitações nesses casos são as mais diversas, desde interpretação de exames, até dúvidas sobre a condução de um diagnóstico infeccioso e forma de tratamento.
Infectologia em Saúde Pública
Nesta área, o infectologista aborda o aspecto epidemiológico de populações inteiras, estudando suas características, formas de transmissão e maneiras de prevenir possíveis surtos.
Esta atuação está frequentemente ligada às secretarias de gestão de municípios, estados e países. Por essa razão, acaba dividindo-se em ações de vigilância, ações executoras, como campanhas, e ações normativas.
Imunossuprimidos não-AIDS
Esse caso trata-se de um grupo de pacientes bastante específicos, aqueles que passam por tratamento imunossupressor, tanto por doenças onco-hematológicas, quanto por manutenção de transplantes de órgãos sólidos.
Esse tipo de paciente está mais vulnerável a doenças infecciosas.
Especialistas em Infectologia agem, juntamente a equipe médica, no tratamento desses pacientes, nesse estágio mais sensível.
Mercado de trabalho
Devido a tantas áreas de demanda do especialista em Infectologia, a carreira vem ganhando cada vez mais espaço na área médica, principalmente após a pandemia da Covid-19.
Pacientes portadores de HIV, por exemplo, têm uma perspectiva muito maior atualmente. Assim como as respostas de tratamento de hepatites virais vêm se tornando cada vez mais bem-sucedidas. Tudo isso, sem dúvida, influencia no maior espaço do infectologista no mercado de trabalho.
O médico especializado em Infectologia tem papel fundamental na conscientização, prevenção e controle de doenças infecciosas, sendo fundamental em equipes médicas de qualquer hospital.
Existem cerca de 4.736 infectologistas no país, de acordo com dados da Demografia Médica, divulgada em 2023.
Remuneração do infectologista
Um médico infectologista ganha em média R$ 9.248,32 para uma jornada de trabalho de 24 horas semanais.
A faixa salarial fica entre R$ 8.995,74 (média do piso salarial) e R$ 18.730,48 (teto salarial), de acordos coletivos levando em conta profissionais em regime CLT de todo o Brasil.
As informações são de acordo com pesquisa do Salario.com.br junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web. O período avaliado foi do ano de 2024.
Esse valor pode variar para mais ou para menos de acordo com o momento da carreira do médico, o local escolhido para atuação e outros fatores.
Como se tornar um infectologista?
Para se tornar um médico infectologista, é necessário passar por algumas etapas. São elas:
- ser graduado em medicina; e
- fazer residência médica em infectologia.
A Residência em Infectologia
Os programas de residência em Infectologia, credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica são de acesso direto, possuem três anos de duração e não exigem pré-requisitos.
Apesar de não haver exigência, é indicado que a residência seja feita em instituições de ensino que possuam pelo menos um programa na área clínica e na área cirúrgica.
Cerca de 85% da carga horária do programa é voltada para atividades de treinamento em serviço, enquanto 15% são focados em ações teórico-complementares.
Dessa maneira, por se tratar de uma área muito extensa, é possível recorrer a anos opcionais e adicionais para aprofundamento dos conhecimentos e habilidades técnicas específicas na área de interesse.
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