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Exame da Cabeça e Pescoço: saiba como funcionam

Exame da Cabeça e Pescoço: saiba como funcionam

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O Exame da Cabeça e Pescoço, independentemente da especialidade médica, deverá incluir a cabeça, os olhos, as orelhas, o nariz, a boca, a faringe e o pescoço como um todo, que corresponde aos linfonodos, artérias carótidas, glândula tireoide e traqueia.

É imprescindível que o médico saiba avaliar cada estrutura e que ele conheça o normal, para que consiga reconhecer quando encontrar o anormal.

SE LIGA! Para o Exame da Cabeça e Pescoço são utilizados os métodos semiológicos de inspeção, palpação e ausculta. A avaliação é realizada inicialmente com a inspeção e a palpação, que geralmente são feitas simultaneamente e a ausculta é realizada, majoritariamente, para avaliar a glândula tireoide e os vasos do pescoço.

Nos próximos tópicos vamos descrever como funciona cada parte do exame clínico das estruturas anteriormente mencionadas. Elas devem ser avaliadas separadamente, mas mantendo em mente que o paciente é um ser integral, então os achados devem ser analisados em conjunto.

Exame da Cabeça e Pescoço

Cabeça

O médico deverá avaliar a cabeça do paciente observando tamanho, forma e contornos. Caso você encontre alguma deformidade, é importante pensar em trauma e, caso essa não seja a queixa do paciente, questionar sobre traumas passados.

Em crianças, a medida do perímetro cefálico é extremamente importante para se avaliar macrocefalia ou microcefalia. Uma macrocefalia pode ser resultado de anomalias congênitas ou hidrocefalia, que corresponde a um acúmulo de líquido cérebro-espinhal nos ventrículos cerebrais. Já a microcefalia pode ser causada por inúmeros problemas, como por exemplo o Zika Vírus, que em 2015 causou o maior surto de microcefalia da história do Brasil.

Nos adultos, a cabeça pode estar relativamente aumentada devido a uma acromegalia, que é uma alteração devido a uma secreção excessiva de GH.

Após analisar a cabeça, o examinador deve observar as fácies (o rosto) do paciente. Ela é a resultante dos traços anatômicos com a expressão fisionômica do paciente. Não se deve analisar apenas os elementos estáticos, mas também o olhar, se existe batimento das asas do nariz, a posição da boca etc.

Algumas patologias imprimem traços característicos na face. Com o tempo de prática (e conhecendo bem sobre as alterações em determinadas patologias), o médico ficará mais seguro e será mais simples reconhecer quando uma fácie é típica. Inicialmente é importante que se saiba quando existe algo errado.

Imagem: 1. Fácies Hipocrática; 2. Fácies Renal; 3. Fácies tetânica; 4. Fácies Mixedematosa; 5. Fácies Cushingoide; 6. Fácies da Paralisia Facial Periférica; 7. Fácies Mongoloide; 8. Fácies Hipertireóidea ou Basedowiana; 9. Fácies Leonina; 10. Fácies acromegálica; 11. Fácies Esclerodérmica; 12. Fácies Miastênica. Fonte: https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-973.html

Ainda que você tenha observado no exame físico geral (ou caso tenha esquecido), sempre olhar se existe alguma lesão em couro cabeludo e face, como é a implantação dos cabelos (especialmente em crianças), a quantidade, a qualidade (se são secos ou quebradiços) e a distribuição dos pelos.

Ainda na cabeça, analisar se apresenta caspa ou pediculose e descrever.

SE LIGA! A descrição correta de um exame físico normal é de extrema importância, pois o prontuário médico é o documento que confirma um bom atendimento. O crânio geralmente é arredondado, com proeminências na região frontal e na região occipital. As fácies normais são descritas como atípicas e pode parecer estranho a um primeiro momento descrever assim, mas isso significa que ela não é típica de nenhuma doença. A implantação do couro cabeludo na mulher geralmente é baixa e no homem alta, apresentando as ‘entradas’ características.

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