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Doença pulmonar: tipos, principais sintomas, diagnóstico e manejo

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Entenda melhor como a grande variedade de doenças pulmonares se comporta, seus tipos, manifestações clínicas e manejo do paciente. Bons estudos!

As doenças pulmonares são muito relevantes na prática médica. A depender da sua etiologia, o manejo adequado faz toda diferença para a manutenção da qualidade de vida do paciente. Por isso, é fundamental que o médico tenha clareza no cuidado e abordagem, sabendo sobretudo identificar as diferentes doenças pulmonares.

Restritivas x Obstrutitivas: entenda a diferença entre essas doenças pulmonares

As doenças pulmonares podem ter diversas manifestações.

Para facilitar o estudo, elas podem ainda ser dividas em dois grandes grupos: obstrutiva e restritiva. Isso é feito a partir das características pulmonares de suas funções e padrões respiratórios.

Doença pulmonar restritiva

Quando falamos de uma doença pulmonar restritiva, entendemos que sua fisiopatologia envolve uma diminuição da capacidade pulmonar devido à restrição ou redução da expansão dos pulmões. Nesses casos, os pulmões têm dificuldade para se expandir completamente durante a inspiração, resultando em uma capacidade pulmonar reduzida.

Essas doenças geralmente envolvem alterações nas estruturas que compõem o tecido pulmonar, como o parênquima pulmonar e a parede torácica. Podem ser causadas por processos inflamatórios, fibrose, deformidades torácicas ou outras condições que limitem a expansão dos pulmões.

Como manifestações clínicas, os pacientes geralmente têm dificuldade para inspirar profundamente e apresentam uma sensação de falta de ar ou dispneia durante o esforço.

Ainda, A capacidade vital reduzida é uma característica comum dessas doenças, indicando que a quantidade de ar que o paciente pode expirar após uma inspiração máxima é diminuída.

Doença pulmonar obstrutiva

As doenças obstrutivas se caracterizam por uma obstrução ou estreitamento aéreo. Por isso, o paciente tem dificuldade de expirar, tendo uma saída dificultada de ar pelos pulmões. Como consequência, tem-se uma hiperinsuflação pulmonar, podendo até mesmo ser vista no raio-X de tórax.

Inflamação crônica e reatividade aumentada das vias aéreas, levando ao estreitamento e ao acúmulo de muco geralmente acompanham essas doenças. Decorrente da dificuldade de expiração, a sibilância, tão comum na asma, que é uma doença obstrutiva.

Outro grande exemplo de doença obstrutiva é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Asma: doença pulmonares obstrutivas

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas.

A fisiopatologia dessa condição envolve diversos fatores, e é caracterizada por uma reatividade aumentada das vias respiratórias e obstrução reversível do fluxo de ar.

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Obstrução das vias aéreas na asma.

Pensando na inflamação crônica, é resultado do aumento da permeabilidade vascular e migração de células inflamatórias, como eosinófilos, linfócitos e células T auxiliares tipo 2 (Th2), para o tecido das vias aéreas.

Os principais sintomas da asma são:

  • Sibilância;
  • Dispneia;
  • Tosse;
  • Opressão torácica;
  • Taquipneia;

Os sintomas podem variar de intensidade ao longo dia, mas principalmente piorando durante a noite.

Os fatores predisponentes à asma envolvem a exposição a alérgenos, como poeira e pólen, pelos de animais e fungos. Essa exposição leva à produção excessiva de IgE e à ativação de células inflamatórias nas vias aéreas.

Com o tempo, a inflamação crônica nas vias aéreas pode levar ao remodelamento estrutural das vias aéreas, o que inclui aumento da espessura da parede brônquica, hiperplasia de células musculares lisas e deposição de colágeno. Essas mudanças contribuem para a obstrução das vias aéreas de forma persistente.

DPOC: como essa doença obstrutiva se comporta?

A DPOC é uma doença pulmonar obstrutiva progressiva e crônica.

Por ser muito associada ao tabagismo, principal fator de risco, ainda é uma doença muito comum, embora também possa ser causada por outras exposições a irritantes respiratórios.

Em sua patogenia, a DPOC inclui duas outras condições principais, que explicam os sintomas da doença:

  • Enfisema:
    • Destruição progressiva das paredes alveolares;
    • Resulta em perda de elasticidade e diminuição da eficiência das trocas gasosas, resultando na dificuldade de expirar completamente.
  • Bronquite crônica:
    • Inflamação das vias aéreas que leva a produção excessiva de muco e irritação persistente;
    • Obstrução das vias aéreas secundária ao muco, resultando em respiração mais difícil e tosse crônica produtiva.

Por se tratar de uma doença pulmonar obstrutiva, temos abaixo um achado comum radiológico: hiperinsuflação. Ela é percebida pelo aumento de espaços intercostais anteriores (>7 em adultos) e aumento do diâmetro antero-posterior. Ao exame físico, também seria percebido uma diminuição de expansão torácica, devido ao aprisionamento de CO2 intratorácico.

Radiografia de tórax em incidência posteroanterior demonstrando sinais de hiperinsuflação pulmonar (à esquerda). Radiografia de tórax em perfil evidenciando aumento do diâmetro anteroposterior do tórax e retificação da cúpula diafragmática (à direita).

O tratamento e manejo da DPOC envolvem:

  • Cessar tabagismo: Para os fumantes, o abandono do tabagismo é fundamental para retardar a progressão da doença e melhorar os sintomas.
  • Medicamentos broncodilatadores: São utilizados para aliviar os sintomas e dilatar as vias aéreas, facilitando a respiração. Podem ser administrados através de inaladores ou nebulizadores.
  • Terapia com corticosteroides: Em casos mais graves, corticosteroides inalatórios ou orais podem ser usados para reduzir a inflamação.
  • Reabilitação pulmonar: Programas de reabilitação pulmonar podem ajudar a melhorar a função pulmonar e a capacidade de exercício.
  • Oxigenoterapia: Em estágios avançados, a oxigenoterapia pode ser necessária para ajudar o paciente a obter oxigênio suficiente.

Fibrose pulmonar: doença pulmonar restritiva

A fibrose pulmonar, por sua vez, é uma doença intersticial crônica e progressiva. Como efeito tardio, resulta em cicatrizes e danos ao tecido pulmonar. Esse processo leva à uma perda progressiva da elasticidade pulmonar e consequentemente à dificuldade respiratória.

Na maioria dos casos, a fibrose pulmonar é decorrente da exposição à fatores ambientais nocivos, como amianto e vapores químicos. Ainda, doenças autoimunes, como a artrite reumatoide e infecções pulmonares crônicas.

Os sintomas da fibrose pulmonar incluem a dispneia progressiva, tosse sexa persistente e fadiga. Seu diagnóstico é dado na combinação entre história clínica, exame físico, testes de função pulmonar (como espirometria) e exames de imagem, como a tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) do tórax.

O que é interstício pulmonar?

Basicamente, trata-se do espaço anatômico entre as estruturas pulmonares, o que inclui os alvéolos.

O interstício é um componente importante da estrutura pulmonar, responsável por suporte e conexão entre os alvéolos e os vasos sanguíneos. Para além dessa função, o interstício exerce um importante papel no sistema imunológico e proteção do pulmão quanto à infecções.

Sendo assim, o interstício funciona como uma cola que une todas as peças de um quebra-cabeça, que seria o pulmão. Assim, ele preenche os espaços entre as estruturas pulmonares, alvéolos e vasos sanguíneos.

Pneumonias: conheça os tipos dessas doença pulmonar

As pneumonias respiratórias, por sua vez, são causadas por infecções.

A principal distinção entre a pneumonia e outras doenças infecciosas do pulmão está relacionada à localização e extensão da infecção dentro do sistema respiratório.

Ela é uma infecção que afeta especificamente os alvéolos pulmonares. Nessa condição, ocorre uma inflamação dos alvéolos, resultando em acúmulo de líquido e células inflamatórias, dificultando a respiração e causando sintomas como tosse, febre, dor no peito e falta de ar.

Diferente das outras doenças pulmonares abordadas, não existe uma faixa etária ou fator predisponente para sua ocorrência. Apesar disso, são mais comuns em crianças, idosos e indivíduos com sistema imunológico comprometido.

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Pneumonia bilateral por hantavírus. Figueiredo, 2009.

A resposta do sistema imunológico do corpo é desencadeada para combater a infecção, resultando em inflamação e acúmulo de líquido e células inflamatórias nos alvéolos. Isso leva ao preenchimento dos alvéolos com pus e detritos, reduzindo a eficiência da troca gasosa e dificultando a respiração.

Por isso, uma possível complicação das pneumonias são os derrames pleurais. Eles podem ser vistos à radiografia e melhor avaliados por um USG fast.

As pneumonias podem ser bacterianas ou virais. Para as bacterianas, as medicações mais prescritas são dos grupos dos macrolídeos, cefalosporinas de 3ª geração e as penicilinas inibidoras de bela-lactamases.

Câncer de pulmão: como essa doença pulmonar pode ser agressiva?

O câncer de pulmão é uma importante causa de morte por doença pulmonar. Se apresenta tipicamente por:

  • Tosse;
  • Hemoptise;
  • Obstrução brônquica;
  • Sibilância;

Os tipos de neoplasias pulmonares envolvem:

  1. Carcinoma de células não pequenas (CCNOP), mais comum (85-90% dos casos), incluindo subtipos:
    • Carcinoma de células escamosas;
    • Adenocarcinoma;
    • Carcinoma de grandes células.
  2. Carcinoma de Células Pequenas (CCP), menos comum, porém mais agressivo e muito associado ao tabagismo.

Pensando nisso, outros fatores de risco para o câncer de pulmão são aqueles que conhecemos de outras doenças pulmonares. A exposição a carcinógenos ocupacionais em certas profissões também chama a atenção. Ainda, o histórico familiar de 1º grau (pais e irmãos) pode aumentar o risco de desenvolvimento.

O diagnóstico do câncer de pulmão envolve uma combinação de exames e testes, incluindo radiografia de tórax, tomografia computadorizada (TC), broncoscopia, biópsia e análises patológicas.

Estratégias para o manejo geral de pacientes com doenças pulmonares

Muitas doenças pulmonares citadas nesse artigo não tem cura. Por isso, na grande parte das doenças pulmonares o objetivo do manejo geral é melhorar a qualidade de vida do paciente, e oferecer um bem-estar prolongado.

Por isso, medidas como as seguintes favorecem que o prognóstico seja bom, bem como o desaceleramento da progressão da doença:

  1. Reabilitação pulmonar, com fisioterapia respiratória e educação sobre a sua doença e a importância dos exercícios;
  2. Oxigenoterapia, em casos de hipoxemia, favorecendo a oxigenação sistêmica;
  3. Vacinação, medida indispensável para grande parte das doenças respiratórias, capaz de evitar complicações importantes;
  4. Interromper exposição à químicos tóxicos, o que inclui o tabagismo mas também outros agentes comuns em situação laboral.

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Perguntas frequentes

  1. O que é a asma?
    A asma é uma doença pulmonar caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas e hiperresponsividade brônquica.
  2. Quais são os sintomas típicos da DPOC?
    Tosse crônica, dispneia progressiva e produção de muco são sintomas comuns da DPOC.
  3. Qual o principal fator de risco para o câncer de pulmão?
    O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de pulmão.

Referências

  1. Diagnóstico Radiológico da DPOC. Dequitier C. Machado.
  2. Pneumonias virais: aspectos epidemiológicos, clínicos, fisiopatológicos e tratamento. Luiz Tadeu Moraes Figueiredo. Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto , Departamento de Clínica Médica, Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil

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