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Distúrbios do movimento: o que preciso saber sobre o manejo desses casos?

Distúrbios do movimento

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Distúrbios do movimento: tudo o que você precisa saber para sua prática clínica!

Os distúrbios do movimento são um grupo de condições neurológicas que afetam a capacidade de produzir e controlar movimentos voluntários. Eles podem ser categorizados em doenças como Parkinson, distonia, ataxia, tremores essenciais, entre outros.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 1% da população mundial com mais de 60 anos tenha a doença de Parkinson. No Brasil, como é um país com uma população significativa de idosos, também se espera que a prevalência da doença de Parkinson seja substancial.

Fisiopatologia dos distúrbios do movimento

Os distúrbios do movimento englobam uma ampla variedade de condições neurológicas. Essas condições afetam a capacidade do corpo de produzir e coordenar movimentos voluntários.

Uma parte importante do cérebro chamada de sistema basal ganglia desempenha um papel fundamental na regulação dos movimentos. O sistema basal ganglia inclui várias estruturas, como o núcleo caudado, putâmen, globo pálido, substância negra e tálamo. Distúrbios que afetam essas estruturas podem levar a problemas de movimento.

Além disso, alguns distúrbios do movimento, como a doença de Parkinson, estão associados à degeneração progressiva das células nervosas produtoras de dopamina na substância negra. A perda de dopamina nessa área do cérebro afeta a função dos circuitos de movimento. Isso pode levar a sintomas característicos, como tremores, rigidez e bradicinesia (movimentos lentos).

Quais doenças fazem parte dos distúrbios do movimento?

Algumas das principais doenças que fazem parte dos distúrbios do movimento incluem:

  • Doença de parkinson
  • Distonia
  • Tremor essencial
  • Coreia de huntington
  • Síndrome de tourette

Doença de parkinson

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa crônica que afeta o sistema nervoso central. Ela afeta especialmente as áreas do cérebro responsáveis pelo controle do movimento.

Ela é caracterizada pela perda progressiva de neurônios produtores de dopamina na substância negra. Que consiste em uma região do cérebro que desempenha um papel fundamental na coordenação e regulação dos movimentos.

Manifestações clínicas

As manifestações clínicas da doença de Parkinson variam de pessoa para pessoa. Os pacientes podem se desenvolver os sintomas gradualmente ao longo do tempo.

Alguns dos principais sintomas incluem:

  • Tremor de repouso
  • Rigidez muscular
  • Bradicinesia: refere-se a movimentos lentos e dificuldade para iniciar e manter atividades motoras
  • Instabilidade postural: dificuldade em manter o equilíbrio e apresentar maior risco de quedas
  • Alterações na marcha: a marcha pode se tornar arrastada e com passos menores, muitas vezes acompanhada de um balanço reduzido dos braços

Fatores de Risco

Embora a causa exata da doença de Parkinson não seja totalmente compreendida, existem alguns fatores de risco associados ao seu desenvolvimento, são eles:

  • Idade
  • Histórico familiar
  • Exposição a toxinas ambientais: alguns estudos sugerem que a exposição a certas toxinas ambientais, como pesticidas e metais pesados, pode estar relacionada ao aumento do risco de Parkinson

Como é feito o tratamento da doença de parkinson?

Não há cura para a doença de Parkinson, mas existem várias abordagens de tratamento disponíveis para ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes:

  • Terapia medicamentosa: medicamentos que aumentam os níveis de dopamina ou imitam sua ação são frequentemente prescritos para ajudar a controlar os sintomas motores. Esses incluem levodopa, agonistas da dopamina, inibidores da MAO-B, entre outros
  • Terapia física e reabilitação: a fisioterapia, a terapia ocupacional e a fonoaudiologia podem ser úteis para melhorar a mobilidade, o equilíbrio e a comunicação
  • Cirurgia: a cirurgia pode ser uma opção para controlar os sintomas avançados, como a estimulação cerebral profunda (DBS)

Distúrbios do movimento: distonia

A distonia é um distúrbio do movimento caracterizado por contrações musculares involuntárias e sustentadas, resultando em movimentos repetitivos e posturas anormais.

Essas contrações musculares causam torção, movimentos descontrolados e posições anormais do corpo, podendo afetar partes específicas ou várias regiões do corpo.

Sintomas da distonia

As manifestações clínicas da distonia podem variar amplamente, dependendo da gravidade e da distribuição dos movimentos involuntários. Alguns dos sintomas comuns incluem:

  • Distonia focal: quando a distonia afeta apenas uma parte específica do corpo, como as mãos, pescoço, face ou pés. Por exemplo, a distonia cervical, também conhecida como torcicolo espasmódico, pode causar torções e movimentos anormais do pescoço.
  • Distonia segmentar: afeta duas ou mais regiões contíguas do corpo, como o pescoço e o braço ou o rosto e a língua.
  • Generalizada: Quando a distonia se espalha para várias partes do corpo, afetando múltiplas regiões de forma mais difusa.
  • Distonia hemidistônica: apenas um lado do corpo é afetado, como um braço e uma perna do mesmo lado.

Os sintomas da distonia geralmente são agravados por estresse emocional, fadiga ou movimentos voluntários próximos à área afetada. Eles podem melhorar durante o sono ou ao realizar certas ações específicas (fenômeno de alívio).

Etiologia da distonia

A distonia pode ser dividida em diferentes tipos com base em suas causas:

Distonia primária ou idiopática

Nesse caso, não é possível identificar uma causa específica para o distúrbio. A distonia primária é considerada uma condição genética, e os genes envolvidos podem variar de uma pessoa para outra.

Distonia secundária

Nesse tipo, a distonia é causada por uma lesão cerebral ou por outras condições subjacentes, como:

  • Traumas
  • Infecções
  • Distúrbios metabólicos
  • Reações a medicamentos ou outros problemas neurológicos.

Tratamento da distonia

O tratamento da distonia é voltado para o alívio dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida. As opções de tratamento podem incluir medicamentos para ajudar a controlar os movimentos involuntários, como a toxina botulínica (botox) para distonias focais.

Além disso, a fisioterapia pode ser benéfica para melhorar a postura, a força muscular e a coordenação. Em casos graves e resistentes a tratamentos conservadores, a cirurgia pode ser uma opção. A estimulação cerebral profunda (DBS) é um procedimento cirúrgico que pode ser utilizado para aliviar os sintomas em alguns pacientes.

O que é tremor essencial?

O tremor essencial (TE) é uma das formas mais comuns de tremor e é considerado um distúrbio neurológico benigno. Caracteriza-se por tremores rítmicos e involuntários, predominantemente nas mãos, mas também pode afetar outras partes do corpo, como cabeça, voz e pernas.

O tremor essencial geralmente ocorre durante a realização de atividades, especialmente quando o indivíduo está tentando manter uma posição ou movimento específico.

Manifestações clínicas

As principais características do tremor essencial incluem:

  • Tremor de ação: o que significa que é desencadeado ou agravado durante o movimento ou esforço voluntário, como segurar um objeto ou escrever
  • Bilateral e simétrico: geralmente afeta ambas as mãos ou ambas as pernas de forma simétrica
  • Tremor postural e cinético: o tremor essencial é mais pronunciado quando o indivíduo tenta manter uma posição contra a gravidade (tremor postural) ou durante movimentos específicos (tremor cinético).
  • Melhora em repouso: diferentemente do tremor de repouso observado na doença de Parkinson, o tremor essencial tende a diminuir ou desaparecer em repouso
  • Preservação das funções motoras: geralmente não afeta significativamente outras funções motoras, como a marcha ou a capacidade de realizar atividades cotidianas

Tratamento do tremor essencial

Embora não haja cura para o tremor essencial, várias opções de tratamento podem ser consideradas para reduzir a gravidade dos tremores e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Alguns medicamentos, como propranolol, primidona, e topiramato, podem ser prescritos para ajudar a reduzir a intensidade dos tremores. Em alguns casos, a aplicação de injeções de toxina botulínica em áreas específicas pode ajudar a diminuir o tremor, principalmente quando afeta as mãos.

Além disso, exercícios específicos podem ser recomendados para melhorar a coordenação e a estabilidade muscular.

Coreia de huntington

A Coreia de Huntington, também conhecida como doença de Huntington, é uma doença genética e neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso central.

É uma condição hereditária, o que significa que é transmitida de pais para filhos através de mutações em um gene específico, o gene da huntingtina (HTT).

Sintomas da coreia huntington

A Coreia de Huntington é caracterizada por uma ampla variedade de sintomas, que podem variar em gravidade e idade de início. Movimentos involuntários e descontrolados, chamados de coreia, são uma das características mais proeminentes da doença. Esses movimentos são rápidos, irregulares e podem afetar várias partes do corpo, incluindo braços, pernas, rosto e tronco.

Além da coreia, os pacientes também podem apresentar dificuldade em realizar movimentos voluntários precisos, resultando em uma coordenação motora prejudicada.

A doença de Huntington pode causar alterações cognitivas, como problemas de memória, dificuldade de concentração e declínio das funções intelectuais. Os pacientes também podem experimentar mudanças de humor, irritabilidade, depressão, ansiedade e comportamento impulsivo.

Conforme a doença avança, os pacientes podem perder a capacidade de realizar atividades diárias, como dificuldades na articulação das palavras e mudanças na voz, tornando-se cada vez mais dependentes de cuidados.

Etiologia da doença de Huntington

A doença de Huntington é causada por uma mutação no gene da huntingtina (HTT) localizado no cromossomo 4. Essa mutação resulta na produção de uma forma anormal da proteína huntingtina, que se acumula nas células nervosas e leva à degeneração progressiva dessas células, principalmente em áreas do cérebro chamadas gânglios da base.

O gene da huntingtina é transmitido de forma autossômica dominante, o que significa que uma única cópia do gene mutado de um dos pais é suficiente para que a criança desenvolva a doença.

Tratamento

Infelizmente, não há cura para a Coreia de Huntington. O tratamento atual concentra-se em gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

A terapia física pode ajudar a manter a mobilidade e a força muscular, enquanto a terapia ocupacional pode auxiliar os pacientes a se adaptarem às mudanças nas atividades diárias.

O que é a síndrome de tourette?

A Síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado pela presença de tiques motores e vocais crônicos.

Os tiques são movimentos ou vocalizações involuntárias, rápidos e repetitivos, que ocorrem de forma súbita e involuntária. Esses tiques podem variar em intensidade e frequência ao longo do tempo.

Sintomas da síndrome de tourette

Os tiques são a característica principal da Síndrome de Tourette e podem incluir:

  • Tiques motores: movimentos involuntários que afetam várias partes do corpo, como piscar os olhos, sacudir a cabeça, fazer caretas, movimentos dos ombros, etc.
  • Vocais: vocalizações involuntárias, como pigarrear, grunhir, repetir palavras ou frases (ecolalia) ou até mesmo palavras ofensivas ou inapropriadas (coprolalia). É importante observar que a coprolalia é relativamente rara, afetando apenas uma minoria de pessoas com Síndrome de Tourette.
  • Tiques complexos: além dos tiques simples, algumas pessoas com Síndrome de Tourette podem apresentar tiques complexos, que envolvem sequências de movimentos ou vocalizações mais elaboradas.

Os tiques são geralmente precedidos por uma sensação desconfortável ou uma sensação de tensão. Essa sensação é aliviada temporariamente quando o tique é realizado (fenômeno de alívio).

Condições associadas a doença

Além dos tiques, muitas pessoas com Síndrome de Tourette podem apresentar outras condições associadas, como:

  • Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)
  • Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
  • Outros distúrbios de aprendizagem e comportamentais
  • Transtornos de humor

Como é feito o diagnóstico da síndrome de tourette?

O diagnóstico da Síndrome de Tourette é clínico e baseado na presença de tiques motores e vocais crônicos.

Os tiques devem estar presentes por pelo menos um ano para que seja considerado um diagnóstico de Síndrome de Tourette. Esses tiques geralmente começam na infância, em torno dos 5 a 10 anos de idade, e podem piorar durante a adolescência, antes de melhorar na idade adulta.

Tratamento da síndrome de tourette

Embora não haja cura para a Síndrome de Tourette, o tratamento visa controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar a reduzir a frequência e a gravidade dos tiques. Além de auxiliar no gerenciamento de transtornos associados.

Alguns medicamentos, como os antipsicóticos atípicos e a clonidina, podem ser prescritos para controlar os tiques em casos mais graves.

O paciente também pode ser submetido a uma terapia de habituação. Nesse contexto é feita uma abordagem que visa ajudar o paciente a reconhecer a sensação de urgência antes de realizar um tique, proporcionando a oportunidade de evitar ou substituir o tique.

O tratamento é individualizado e adaptado às necessidades específicas de cada paciente, dependendo da gravidade dos sintomas e de outras condições associadas. Com o devido acompanhamento e suporte, muitas pessoas com Síndrome de Tourette conseguem levar uma vida plena e produtiva.

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Referências bibliográficas

  • STÁVALE, M. Bases da terapia intensiva neurológica: fisiopatologia e princípios terapêuticos, 2ª edição. São Paulo: Santos Editora, 2011.
  • MERRITT. Tratado de Neurologia, 12ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
  • ADAMS AND VICTOR’S. Principles Of Neurology, 10ª edição. McGraw-Hill, 2015.

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