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Síndrome metabólica: diagnóstico e tratamento

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Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a síndrome metabólica corresponde a um conjunto de doenças cuja base é a resistência insulínica.

Sendo comumente definida por uma constelação de interligados fatores fisiológicos, bioquímicos, clínicos e metabólicos que aumentam diretamente o risco de doença cardiovascular e diabetes mellitus tipo 2.

Prevalência da síndrome metabólica

No mundo, a prevalência da síndrome metabólica varia amplamente (< 10% a 84%) de acordo com as características da população estudada e os critérios utilizados.

Segundo o Ministério da Saúde (MS), a maioria das pessoas que são acometidas pela síndrome sente-se bem e não tem sintomas. Entretanto, elas estão na faixa de risco para o desenvolvimento de doenças graves, como as cardiovasculares e o diabetes.

Fisiopatologia da síndrome metabólica

A síndrome metabólica parece ser decorrente diretamente de um excesso de tecido adiposo visceral (TAV) e de uma diminuição do tecido adiposo subcutâneo (TASC), o que levaria a maior liberação de ácidos graxos livres (AGL) e citocinas inflamatórias na circulação, entre outros achados.

O excesso de citocinas pró-inflamatórias, especialmente TNF- e IL-6, resulta em uma inflamação localizada no tecido adiposo que se propaga para uma inflamação sistêmica global, relacionada ao desenvolvimento de comorbidades relacionadas a obesidade, bem como a resistência à insulina (RI) e estresse oxidativo e aterosclerose.

A participação dessas citocinas na gênese da resistência à insulina aparentemente se daria por inibirem diretamente a ativação do receptor de insulina, dificultando, assim, o transporte intracelular da glicose.

De maneira geral, o aumento da lipólise nos adipócitos viscerais ocasiona um aumento do aporte de ácidos graxos livres para o fígado bem como do músculo esquelético, inibindo a ação da insulina nesses órgãos, por um mecanismo denominado de lipotoxicidade.

Além disso, a resistência insulínica no fígado levaria a um aumento da gliconeogênese hepática (causando hiperglicemia), da produção de citocinas inflamatórias (inflamação) e da secreção excessiva de VLDL, com consequente hipertrigliceridemia e redução dos níveis de HDL-colesterol.

Assim, o acúmulo intra-hepático de triglicerídeos favoreceria o surgimento da doença hepática gordurosa não alcóolica (NAFLD) da esteatohepatite não alcóolica (NASH). A lipotoxicidade tem também ação deletéria sobre as células beta, diminuindo a secreção de insulina e favorecendo o surgimento de hiperglicemia.

Portanto, uma maior ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) e do sistema nervoso simpático está envolvida da gênese da hipertensão da síndrome metabólica.

Critérios diagnósticos

Para o diagnóstico da síndrome metabólica, é necessário a presença de pelo menos três dos seguintes critérios:

Circunferência abdominal aumentada

A obesidade central é um dos principais indicadores da síndrome metabólica. Dessa forma, a medição da circunferência abdominal é um método simples e eficaz para avaliar a gordura visceral, que está associada a um maior risco de complicações metabólicas.

Os valores de referência variam conforme a etnia, mas, em geral, consideram-se aumentados:

  • Homens: ≥ 102 cm
  • Mulheres: ≥ 88 cm

Níveis elevados de triglicerídeos

Os triglicerídeos são um tipo de gordura presente no sangue. Níveis elevados podem indicar um distúrbio no metabolismo lipídico.

O valor de referência é:

  • Triglicerídeos ≥ 150 mg/dL.

Níveis baixos de colesterol HDL

O colesterol HDL é conhecido como o “bom colesterol” por ajudar a remover o colesterol ruim das artérias, além disso, níveis baixos de HDL estão associados a um risco aumentado de doença cardiovascular.

Os valores de referência são:

  • Homens: < 40 mg/dL
  • Mulheres: < 50 mg/dL

Pressão arterial elevada

A hipertensão é um fator de risco significativo para doenças cardíacas e renais, assim, os critérios para pressão arterial elevada são:

  • Pressão arterial sistólica ≥ 130 mmHg e/ou
  • Pressão arterial diastólica ≥ 85 mmHg

Glicemia de jejum elevada

A glicemia de jejum elevada indica uma resistência à insulina ou pré-diabetes.

O valor de referência é:

  • Glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL.

Tratamento da síndrome metabólica

A NCEP-ATP III recomenda que a obesidade seja o alvo principal do tratamento da SM, uma vez que a perda de peso melhora o perfil lipídico, promove a redução da pressão arterial e a glicemia, além de propiciar a melhora da sensibilidade à insulina, reduzindo, assim, o risco de doença aterosclerótica.

Dessa forma, segundo o Ministério da Saúde, além do aumento da atividade física e perda de peso, pode ser necessário o uso de medicamentos para tratar os fatores de risco, como os chamados “sensibilizadores da insulina”, que ajudam a reduzir os níveis de açúcar no sangue, além dos medicamentos para pressão alta e os que ajudam a “baixar a gordura no sangue”.

Dieta

A dieta recomendada para os portadores de síndrome metabólica deve ser composta por carboidratos complexos e integrais (representando entre 45 e 65% do valor calórico total diário), proteínas (10-35% do valor calórico diário total) bem como gorduras (20-35% do valor calórico diário total), dando-se preferência às gorduras mono e poli-insaturadas.

Exercício físico

Em relação aos exercícios físicos, o recomendado é praticar pelo menos 30 minutos de atividade aeróbica de moderada intensidade, diariamente. Mesmo que o exercício físico não promova uma perda de peso significativa, existem evidências de que haja redução do tecido adiposo visceral.

A atividade aeróbica melhora a homeostase da glicose e a ação da insulina na musculatura em exercício.

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Referência bibliográfica

  • SCHELB, J. E.; DE PAULA, R. B.; EZEQUIEL, D. G. A.; COSTA, M. B. Obesidade e doença renal: aspectos fisiopatológicos. HU Revista, [S. l.], v. 44, n. 2, p. 231–239, 2019. DOI: 10.34019/1982-8047. 2018.v44.13982. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/hurevista/article/view/13982. Acesso em: 21 mar. 2021.
  • SÍNDROME METABÓLICA E SUA RELAÇÃO COM ESCORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM ADULTOS COM DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS. São Paulo: Revista Sociedade Brasileira de Clínica Médica, v. 12, n. 1, 2014. Trimestral..

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