Coronavírus: o que você precisa saber após 1 ano de pandemia no Brasil

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Há pouco mais de 1 ano, era confirmado o primeiro caso de coronavírus no Brasil: em 26 de fevereiro, um homem de 61 anos que viajou à Itália no começo daquele mês deu entrada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e foi o primeiro paciente com COVID-19 no país. Desde então, a linha do tempo do coronavírus traz cada vez mais fatos importantes que mostram o tamanho do impacto da pandemia no país.

Muitas informações já circularam a respeito da pandemia do novo coronavírus, como por exemplo:

  • Sintomas da COVID-19;
  • Remédios com eficácia contra o coronavírus;
  • Como diagnosticar a doença;
  • Número de casos, internações e mortes;
  • Desenvolvimento de vacinas contra COVID-19.

Para marcar 1 ano da pandemia, a Sanar separou os principais tópicos sobre o novo coronavírus para mostrar tudo o que você precisa saber sobre a COVID-19.

Resumo sobre a COVID-19

O novo coronavírus (Sars-CoV-2) é um vírus que pode causar graves problemas respiratórios por meio da doença COVID-19 (coronavírus disease 2019). Integra a família de coronavírus da qual fazem parte também a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). 

Os primeiros casos de coronavírus tiveram origem em um mercado da cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2020. A incidência aumentou de forma exponencial nas semanas seguintes. Acredita-se que o vírus Sars-CoV-2, que causa a COVID-19, possui como hospedeiros determinadas espécies de animais consumidas como iguarias.

Segundo a John Hopkins University, após 1 ano temos mais de 121 milhões de casos em todo o mundo, com mais de 2,6 milhões de mortes. No Brasil, já são 11.787.600 casos e 287.795 óbitos por COVID-19, segundo o consórcio de veículos de imprensa.

O que sabemos sobre o novo coronavírus

A COVID-19 foi descoberta recentemente. Por isso, ao longo deste ano de pandemia, novas informações surgiram a partir de estudos feitos de forma paralela ao avanço do novo coronavírus pelo planeta. Veja as principais descobertas relacionadas à COVID-19 quando falamos em formas de transmissão, sintomas e tratamentos contra a doença.

Transmissão do novo coronavírus

Editorial publicado na revista The Lancet em 29 de novembro do ano passado mostra que as discussões sobre transmissão ainda não foram encerradas. Isso não apenas pela COVID-19 ser uma doença descoberta recentemente, mas também porque novas cepas são detectadas, o que faz com que variantes do coronavírus possam ser mais transmissíveis.

Em linhas gerais, os vírus respiratórios como o novo coronavírus têm 3 principais vias de transmissão: 

  1. Por contato direto com uma pessoa infectada, ou com uma superfície contaminada;  
  2. Por meio de gotículas que contêm o vírus, que podem estar presentes próximas  às pessoas contaminadas.;
  3. Em aerossóis suspensos no ar, que podem cobrir distâncias maiores e permanecer em suspensão por mais tempo, até serem inalados.

No início da pandemia, foi dado mais destaque para a preocupação sobre transmissão do novo coronavírus via superfícies. Porém, pesquisas recentes indicam que a probabilidade de transmissão dessa forma é menor. Apesar do vírus ter a chance de permanecer por dias em superfícies, estudos mostram que o maior risco de transmissão é, de fato, por contato com gotículas e aerossóis espalhados por quem está contaminado.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos sinalizou, em outubro de 2020, que ambientes fechados com pouca ventilação que estejam com pessoas infectadas são uma das principais formas de contágio pelo novo coronavírus.

Áreas externas, boa ventilação, distanciamento social, higiene das mãos e uso de máscaras são fatores que contribuem para reduzir as infecções por COVID-19. Outras entidades, como a OMS e a ANVISA, também enfatizam essas medidas.

Sintomas de COVID-19

Em linha com os principais estudos e pesquisas do mundo, o Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial elencou uma lista com as oito manifestações clínicas mais comuns da COVID-19:

  1. Febre;
  2. Tosse;
  3. Mialgia ou fadiga;
  4. Expectoração;
  5. Dispneia;
  6. Cefaleia ou tontura;
  7. Diarreia;
  8. Vômitos ou náuseas;

O novo coronavírus, ao contrário da gripe e do resfriado, tem período de incubação entre 1 e 14 dias (promédio de 5 dias). Este é o período desde a contaminação até o aparecimento do primeiro sintoma e já pode ocorrer a transmissão da COVID-19.

A infecção respiratória pode começar com sintomas leves (febre e tosse seca). Porém, existe a progressão para dificuldade respiratória (que indica urgência) que, em muitos casos, leva à morte. Idosos, pessoas com doenças crônicas (como diabetes, câncer e hipertensão) e outras que tenham sistema imune deficiente são grupos de risco que podem sofrer complicações da infecção pelo vírus.

Tratamentos contra COVID-19

Em casos leves, a recomendação de entidades (como o Ministério da Saúde francês) é o uso de fármacos como dipirona e paracetamol. 

Porém, de 10% a 15% das vítimas da COVID-19 vão precisar de leito de terapia intensiva, pois apresentarão sinais de insuficiência respiratória e outros agravamentos. Diante desses casos, o tratamento envolve a obtenção de via aérea avançada. Reforça-se a necessidade de usar Equipamento de Proteção Individual durante a Intubação Orotraqueal. Pacientes internados em Unidade De Terapia Intensiva também devem ser isolados em leitos apropriados e submetidos a medidas de vigilância padrão.

Ao mesmo tempo, é fundamental frisar que não existe tratamento precoce contra COVID-19. Durante este ano de pandemia, muitos medicamentos foram, de maneira errada, recomendados como tratamento que evitaria a infecção por COVID-19. Porém, todas as análises e estudos realizados por laboratórios e entidades competentes ao redor do mundo descartaram a eficácia de medicações que pudessem funcionar de forma preventiva contra o novo coronavírus.

Apesar de informes e comprovações realizadas por instituições de renome como The New England Journal of Medicine, Anvisa e da farmacêutica Merck (que fabrica o antiparasitário), ainda existem movimentos que pregam o uso de medicações sem eficácia contra COVID-19, inclusive por meio de notícias falsas.

Informações validadas para combater fake news sobre COVID-19

Tratamento precoce contra COVID-19 é arriscado e ineficaz

Apesar de algumas entidades públicas, médicos e estudos de procedência duvidosa defenderem supostos tratamentos precoces contra COVID-19, estudos rigorosos ao redor do mundo já apontaram que ideias como o “kit-COVID” não têm eficácia comprovada contra a doença. Esses medicamentos não são recomendados por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e da Europa e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Ou seja, não existe tratamento precoce que utilize fármacos como:

Além disso, os tratamentos testados foram associados a efeitos adversos mais frequentes, como maior risco para arritmia e aumento de enzimas TGO/TGP no sangue, alteração que pode indicar lesão no fígado. Há ainda outros efeitos colaterais possíveis apontados pela SBI, como retinopatias, hipoglicemia grave e toxidade cardíaca, além de diarreia, náusea, mudanças de humor e feridas na pele.

Isolamento social e uso de máscaras contra COVID-19 funciona

Ao contrário de algumas afirmações feitas por autoridades, tanto o isolamento social quanto o uso de máscaras são medidas que ajudam a evitar a propagação do novo coronavírus. 

O isolamento social horizontal é uma medida em que se isola o maior número de pessoas em suas residências. Por esse motivo, é o mais indicado no cenário atual, pois apresenta maior potencial para conter a pandemia de COVID-19.

Além disso, o uso de máscara na COVID-19 é eficiente para combater contaminações pelo novo coronavírus. Estudos como o da rede de especialistas Cochrane consideram o uso de máscaras uma das melhores intervenções na redução da transmissão de vírus respiratórios. 

Dessa forma, recomendar isolamento sem restrições, dizer que a população está imune, afirmar que máscaras não funcionam ou que fazem mal para crianças é fake news.

Vacinas contra COVID-19 são seguras

As fake news sobre as vacinas contra COVID-19 podem atrapalhar a imunização, em um momento tão crítico da pandemia. A resistência diante da possibilidade de ser vacinado é um problema real, que preocupa médicos, pesquisadores e a sociedade em geral. Pesquisa do Datafolha revelou que 9% da população não quer se vacinar. 

Porém, as vacinas fazem parte da história da saúde e da Medicina há décadas. Além disso, os imunizantes desenvolvidos especialmente para combater a COVID-19 foram criados em prazo recorde, ao mesmo tempo em que respeitaram todos os protocolos de segurança que atestam tanto eficácia quanto segurança para uso na imunização. Existem muitos tipos de vacinas em estudo e várias outras que já estão em aplicação no Brasil e no mundo. Entre elas, estão:

Por isso, as vacinas contra COVID-19 são seguras e extremamente necessárias para aplacar a pandemia do novo coronavírus no Brasil e no mundo. Por esse motivo, Sanar e Sanar Saúde lançaram a campanha Voz da Saúde, que convida a todos os profissionais da saúde a influenciarem seu meio e continuar fazendo a diferença na defesa da vacina, que é a melhor arma que temos hoje contra a COVID-19.

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