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Avaliação de doença pulmonar: quais exames indicar e como fazer a interpretação dos resultados?

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As doenças pulmonares referem-se a qualquer condição que afete os pulmões, prejudicando a sua função de fornecer oxigênio ao corpo e remover dióxido de carbono do sangue.

As doenças pulmonares variam amplamente em termos de gravidade, causas, sintomas e impacto na saúde geral do indivíduo. Assim, elas podem ser agudas, ocorrendo de forma súbita e intensa, ou crônicas, desenvolvendo-se lentamente e persistindo ao longo do tempo.

Além disso, são desencadeadas por infecções, fatores ambientais, predisposições genéticas ou condições autoimunes. Com isso, possuem como sintomas mais comuns a tosse, falta de ar, chiado no peito e dor torácica.

Principais tipos de doença pulmonar

As doenças pulmonares são classificadas de acordo com as características clínicas, a funcionalidade e os padrões respiratórios.

Doença pulmonar restritiva

As doenças pulmonares restritivas se caracterizam pela diminuição da capacidade pulmonar devido à limitação na expansão dos pulmões durante a inspiração.

Assim, alterações no parênquima pulmonar, parede torácica, processos inflamatórios, fibrose ou deformidades torácicas podem causar essa limitação.”

Clinicamente, os pacientes apresentam dificuldade para inspirar profundamente e dispneia durante o esforço físico. Assim, a menor quantidade de ar que pode ser expirada após uma inspiração máxima reflete a redução da capacidade vital.

  • Fibrose Pulmonar: É uma uma doença crônica intersticial progressiva resultando em cicatrizes e dados nos pulmões, o que leva à perda de elasticidade e dificuldade respiratória. Os sintomas incluem dispneia, tosse seca e fadiga
  • Sarcoidose: Doença inflamatória de causa desconhecida que forma granulomas nos pulmões e outros órgãos, se manifesta com falta de ar, tosse seca, fadiga e, às vezes, febre e perda de peso.

Doença pulmonar obstrutiva

O estreitamento ou obstrução das vias aéreas são a característica principal das doenças pulmonares obstrutivas, dificultando a saída de ar dos pulmões na expiração. Portanto, as radiografias de tórax podem mostrar a hiperinsuflação pulmonar.

Assim, a inflamação crônica, acarreta ao estreitamento e acúmulo de muco nas vias aéreas, resultando em sibilância, como visto na asma. A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) também é um grande exemplo de doença pulmonar obstrutiva

  • Asma: Caracterizada por episódios de sibilância, falta de ar, aperto no peito e tosse. Assim, é desencadeada por fatores alérgenos, exercício físico, variação de temperatura e infecções respiratórias.
  • Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): Grupo de doenças que inclui o enfisema pulmonar e a bronquite crônica. O tabagismo é a principal causa de DPOC, o que resulta na obstrução das vias aéreas. Contudo, devido a progressão lenta e insidiosa o monitoramento deve ser constante.

Doenças pulmonares infecciosas

Microrganismos como bactérias, vírus e fungos causam doenças pulmonares infecciosas, resultando em inflamação dos pulmões. Exemplos incluem pneumonia, tuberculose e bronquite aguda. Assim, os sintomas típicos são febre, tosse, produção de muco, falta de ar e dor torácica.

  • Pneumonia: Frequentemente causada pela bactéria Streptococcus Pneumoniae, envolve inflamação e acúmulo de líquido nos alvéolos. Portanto, a febre, tosse produtiva, dor torácica e falta de ar são as principais manifestações
  • Tuberculose: A bactéria Mycobacterium tuberculosis é o principal agente etiológico e sua infecção leva à formação de granulomas nos pulmões e inflamação crônica. Assim, apresenta-se com tosse persistente (muitas vezes produtiva), febre, suores noturnos, perda de peso e fadiga.

Neoplasias

  • Câncer de Pulmão: Origina-se nos pulmões ou nas vias aéreas, principalmente o câncer de pulmão de células não pequenas. Portanto, fatores de risco incluem tabagismo, exposição a toxinas ambientais e predisposição genética.

Diagnóstico de doenças pulmonares

A avaliação de doença pulmonar e o processo diagnóstico é realizado em várias etapas, começando pela anamnese com a história clínica detalhada, seguida pelo exame físico e exames complementares.

Histórica clínica

O principal passo na avaliação inicial do paciente com suspeita de doença pulmonar é realizar a anamnese com história clínica completa.

  • Idade e sexo:  A maioria das doenças pulmonares possuem faixas etárias mais prevalentes e predominância em determinado sexo. Além disso, pergunta-se sobre ocupação laboral.
  • Início dos sintomas: Importante na avaliação de doença pulmonar para identificar uma apresentação aguda ou crônica, deve-se questionar quando o paciente percebeu o início dos sintomas e o padrão de apresentação, como alterações com a mudança climática, piora com exercício físico, pela manhã ou a noite ou se não a fatores desencadeantes e de melhora. Assim, é importante para realizar diagnóstico diferencial.
  • Passado médico: O histórico médico é importante na avaliação de doença pulmonar para identificar doenças subjacentes como rinite alérgica, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus ou que possam estar agravando a doença pulmonar. Bem como, pergunta-se sobre medicações em uso e alergias.
  • Histórico de tabagismo: A história de uso de tabaco é crucial, pois algumas doenças ocorrem principalmente entre pessoas que são fumantes atuais ou ex-fumantes. Além disso, deve-se questionar se convive ou já conviveu com tabagista, para identificar um tabagista passivo.
  • História familiar: Investiga-se a história familiar para identificar padrões genéticos que possam estar associadas a doença pulmonar.
  • Uso de medicações: Coleta-se um histórico detalhado de todos os medicamentos tomados e qualquer exposição à irradiação terapêutica para excluir a possibilidade de doença pulmonar induzida por drogas.
  • Exposição ocupacionais e ambientais: O ambientes doméstico e de trabalho do paciente e seus familiares devem ser analisados. Além disso, deve-se obter uma lista detalhada de todos os empregos do paciente, especificando funções, exposições a poeiras, gases e produtos químicos. Bem como o grau, duração, latência de exposição e uso de proteção.

Exame físico na avaliação de doença pulmonar

Inspeção

Observação Geral: Avaliar o estado geral de saúde, incluindo sinais de desconforto respiratório.

  • Dispneia: Paciente pode estar com dificuldade para respirar, visível pela respiração rápida e superficial.
  • Postura: Pacientes com DPOC frequentemente se inclinam para frente para facilitar a respiração (posição tripé).
  • Baqueteamento digital dos dedos: Pode haver o aumento e arredondamento das extremidades dos dedos das mãos e dos pés. Assim, surge em distúrbios pulmonares, como fibrose cística.

Padrão Respiratório: Notar a frequência e profundidade da respiração, uso de músculos acessórios e retrações intercostais.

  • Taquipneia: Aumento da frequência respiratória, comum em doenças como pneumonia e insuficiência cardíaca.
  • Uso da musculatura acessória: Elevação dos ombros e uso dos músculos do pescoço para respirar, indicando dificuldade respiratória.

Cianose: Procurar coloração azulada nos lábios, língua e extremidades, indicando hipoxemia.

  • Periférica: Observada nas extremidades, como dedos e lábios, e indica hipoxemia.
  • Central: Observada na língua e mucosas, sugere insuficiência respiratória grave.

Forma do Tórax: Observar deformidades como tórax em barril, que pode indicar doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

  • Tórax em Barril: Observado em pacientes com enfisema grave, uma forma de DPOC.
  • Assimetria: Pode indicar pneumotórax ou derrame pleural.

Palpação

Expansão Torácica: Avaliar simetria da expansão torácica durante a inspiração profunda.

  • Assimétrica: Pode indicar consolidação pulmonar ou derrame pleural de um lado.

Frêmito Táctil: Sentir as vibrações transmitidas através da parede torácica quando o paciente fala (“99”), ajudando a identificar áreas de consolidação ou derrame pleural.

  • Aumentado: Indica consolidação, como em pneumonia lobar.
  • Diminuído: Sugere derrame pleural ou pneumotórax.

Percussão

Percutir o tórax para identificar áreas de som alterado

  • Macicez: Indicativa de consolidação (pneumonia) ou derrame pleural.
  • Hiper-ressonância: Sugere enfisema ou pneumotórax.

Ausculta

Sons respiratórios: Auscultar os pulmões com um estetoscópio para detectar sons anormais, como estertores (crepitações), sibilos ou roncos.

  • Estertores (Crepitações): Sons crepitantes, semelhantes ao som de cabelo esfregado entre os dedos, ouvidos em pneumonia, fibrose pulmonar ou insuficiência cardíaca.
  • Sibilos: Sons agudos e musicais, comuns na asma e na DPOC.
  • Roncos: Sons graves e roncantes, geralmente indicativos de secreções nas vias aéreas grandes.
  • Redução ou ausência de sons respiratórios: Pode indicar derrame pleural ou pneumotórax.

Voz: Avaliar a transmissão da voz.

  • Broncofonia: Sons vocais mais claros e intensos sobre áreas de consolidação, indicando pneumonia.
  • Egofonia: A voz do paciente assume um timbre nasal, ouve-se um “E” que soa como “A”, comum em derrame pleural.

Exames indicados para avaliação de doença pulmonar

Frequentemente os exames são solicitados para avaliar pacientes com doença pulmonar, sendo importantes para elucidação e confirmação diagnóstica. Assim, esses exames dependem das principais suspeitas e possíveis diagnósticos diferenciais.

Radiografia de Tórax

Na prática médica, a radiografia de tórax é a primeira linha para avaliar processos parenquimatosos alternativos e avaliar patologias condições pulmonares como pneumonia ou enfisema.  

Exames laboratoriais

Voltados para uma ampla avaliação de possíveis etiologia, principalmente em pacientes com dispneia. Inclui-se hemograma para avaliar anemia, eletrólitos, função renal e hepática. Bem como, hormônios tireoidianos e dosagem de Peptídeo Natriurético Tipo B (BNP) para suspeita de insuficiência cardíaca. Além disso, deve-se incluir estudos dos anticorpos, como FAN e anti-DNA.

Tomografia Computadorizada (TC)

Utiliza-se a TC para diagnósticos alternativos ou em caso de indisponibilidade da realização de espirometria. Assim, possui maior sensibilidade para enfisema, permitir a investigação de tumores, graus de fibrose pulmonar e as doenças intersticiais.

Teste de Função Pulmonar

Inclui espirometria, volumes pulmonares e capacidade de difusão. Avaliam a capacidade respiratória e a eficiência dos pulmões em transferir oxigênio para o sangue. Assim, são essenciais para o diagnóstico e monitoramento de doenças como asma e DPOC.

  • Espirometria: A espirometria mede os volumes e taxas de fluxo expiratório forçado, sendo o teste de função pulmonar mais comum. Portanto, é particularmente útil para avaliar pacientes com sintomas respiratórios como dispneia, tosse e sibilos, além de monitorar a função pulmonar em pessoas com doenças pulmonares.
  • Volumes pulmonares: A medida dos volumes pulmonares ajuda a avaliar a capacidade total dos pulmões, diferenciando entre doenças restritivas e obstrutivas. Assim, este exame é frequentemente realizado usando pletismografia ou diluição de gases.
  • Capacidade de difusão do monóxido de carbono (DLCO): A capacidade de difusão avalia a eficiência dos pulmões em transferir gases (especialmente oxigênio) dos alvéolos para o sangue. Portanto, o exame é realizado medindo a absorção de uma pequena quantidade de monóxido de carbono (CO).

Gasometria Arterial

A gasometria avalia níveis de oxigênio e dióxido de carbono no sangue arterial, possibilitando avaliar a função respiratória. Assim, este exame é particularmente importante em casos de insuficiência respiratória aguda.

Broncoscopia

Procedimento invasivo que permite a visualização direta das vias aéreas e a coleta de amostras para biópsia ou cultura microbiológica na avaliação de doença pulmonar. Portanto, a broncoscopia é indicada para avaliar lesões suspeitas neoplasias.

Biópsia Pulmonar

Quando necessária, é útil para diagnosticar doenças intersticiais ou câncer de pulmão, especialmente quando outros testes são inconclusivos. Assim, a biópsia pode ser realizada por via broncoscópica, percutânea ou cirúrgica.

Orientações sobre como interpretar os achados dos exames na avaliação de doença pulmonar

Radiografia de Tórax:

  • Infiltrados Alveolares: Podem indicar pneumonia, edema pulmonar ou hemorragia alveolar.
  • Hiperinsuflação: Sugerida por aumento dos espaços aéreos e achatamento do diafragma, comum em DPOC.
  • Massa ou Nódulo: Sugere neoplasia pulmonar; é necessário avaliação adicional com TC.
  • Derrame Pleural: Evidenciado por opacidade homogênea com nível líquido, comum em processos infecciosos ou neoplásicos.

Tomografia Computadorizada:

  • Opacidades em Vidro Fosco: Podem indicar doenças intersticiais, infecções virais ou edema pulmonar.
  • Favos de Mel: Característicos de fibrose pulmonar, sugerem doença intersticial avançada.
  • Nódulos Pulmonares: Avaliação do tamanho, bordas e calcificações para diferenciar entre benigno e maligno.
  • Atelectasia: Colapso de áreas pulmonares, comum em obstruções brônquicas.

Teste de função pulmonar:

Espirometria

  • VEF1 (Volume Expiratório Forçado no Primeiro Segundo): A redução indica obstrução das vias aéreas (asma, DPOC).
  • CVF (Capacidade Vital Forçada): A redução pode indicar doença restritiva (fibrose pulmonar) ou obstrutiva.
  • Índice VEF1/CVF: Se menor que 70% sugere obstrução; valor normal ou alto em doenças restritivas.

Volume pulmonar

  • Capacidade Pulmonar Total (CPT): Reduzida em doenças restritivas (fibrose pulmonar), aumentada em obstrutivas com hiperinsuflação (enfisema).
  • Volume Residual (VR): Aumentado em DPOC, indicando hiperinsuflação.
  • Volume Corrente (VC): Alterações podem indicar distúrbios ventilatórios.

Capacidade de difusão do monóxido de carbono (dlco)

  • DLCO Reduzido: Indica comprometimento da membrana alvéolo-capilar, comum em fibrose pulmonar, enfisema e doenças intersticiais.
  • DLCO Normal: Sugere que a troca gasosa está preservada, mesmo em presença de doença obstrutiva.

Gasometria Arterial:

  1.  PaO2 (Pressão Parcial de Oxigênio): Reduzida indica hipoxemia, comum em doenças pulmonares graves.
  2. PaCO2 (Pressão Parcial de Dióxido de Carbono): Elevada indica hipercapnia, comum em insuficiência respiratória e DPOC avançada.
  3. pH: Alterações indicam distúrbios ácido-base, como acidose respiratória ou alcalose respiratória. Broncoscopia e Biópsia:

Broncoscopia

  • Visualização direta: Permite identificar lesões obstrutivas, inflamações e tumores.
  • Lavado broncoalveolar: Análise de células e microorganismos, útil no diagnóstico de infecções e doenças intersticiais.
  • Biópsia: Coleta de amostras para análise histopatológica, crucial para diagnóstico de neoplasias e doenças intersticiais.

Biópsia pulmonar

  • Análise Histopatológica: Permite identificar padrões de inflamação, fibrose, neoplasia ou infecção.
  • Doenças Intersticiais: Identificação de padrões específicos como favos de mel, opacidades em vidro fosco, granulomas, etc.
  • Neoplasias: Avaliação da natureza benigna ou maligna das lesões, tipo histológico e grau de diferenciação.

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Referências bibliográficas

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