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Relação entre a vacina Oxford/AstraZeneca e trombose

Relação entre a vacina Oxford/AstraZeneca e trombose

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Existe uma relação entre a vacina Oxford/AstraZeneca e trombose, com a formação de coágulos sanguíneos em algumas pessoas que receberam a dose do imunizante para combater a COVID-19. A informação foi confirmada por Marco Cavaleri, diretor da estratégia de vacinação da Agência Europeia de Medicamentos, numa entrevista publicada pela imprensa italiana.

“Agora podemos afirmar, está claro que há um vínculo com a vacina, que provoca esta reação. O que causa essa reação, no entanto, ainda não sabemos. Para resumir, nas próximas horas diremos que existe uma ligação mas que ainda precisamos entender como ela acontece”, disse Cavaleri ao jornal Il Messaggero, nesta terça-feira (06/04).

O diretor afirmou também que em breve a agência soltará um comunicado oficial sobre o tema. “Estamos tentando ter um quadro preciso do que está acontecendo, para definir a síndrome devido à vacina (…) Entre as pessoas vacinadas, houve registro de um número de casos de trombose cerebral entre jovens superior ao que esperávamos”, explicou.

Vacina Oxford/AstraZeneca e trombose: benefícios x riscos

No início de março, vários países europeus pausaram o uso da vacina Oxford/AstraZeneca após relatos de coágulos em pessoas vacinadas. Na ocasião, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus destacou que a Agência Europeia de Medicamentos havia analisado estudos e descartado as suspeitas, e que os benefícios superaram os riscos associados à infecção pelo SARS-CoV-2.

 “Mais de 335 milhões de doses das vacinas contra a COVID-19 foram administradas globalmente até agora, e nenhuma morte foi encontrada causada por essas vacinas”, disse ele.

A mudança de posicionamento da agência europeia vem depois de que alguns países detectaram casos de trombose atípica, incluindo alguns que provocaram a morte de pacientes. No Reino Unido, por exemplo, foram registrados 30 casos e sete mortes de um total de 18,1 milhões de doses administradas até 24 março.

Porém, ao comunicar os números do Reino Unido, a Agência Europeia de Medicamentos destacou que, de forma geral, cerca de mil pessoas desenvolvem trombose na Europa a cada mês. No caso das vacinas, a taxa é mais baixa do que se esperava.

Informações sobre os riscos

Em março, a agência europeia e a OMS estipularam que população e médicos seriam informados dos riscos associados às vacinas e que dados serão explicados em detalhes para que as pessoas que eventualmente desenvolvam sintomas após a vacinação lidem rapidamente com eventuais riscos.

De acordo com a OMS, a vacinação contra a COVID-19 “não reduzirá doenças ou mortes por outras causas” e completa: “Sabe-se que os eventos tromboembólicos ocorrem com frequência. O tromboembolismo venoso é a terceira doença cardiovascular mais comum em todo o mundo”.

Mais de 80% de eficácia

O imunizante da Oxford/AstraZeneca é um dos que está sendo usado na população brasileira para combater a COVID-19. Estudos clínicos da vacina indicaram eficácia de 76% já na primeira dose e de 82,4% com a aplicação da segunda dose, num intervalo de três meses.

Uma pesquisa conduzida na Escócia apontou que as pessoas imunizadas com a vacina tiveram 94% menos risco de hospitalização. Outros estudos também indicaram que o imunizante é eficaz contra a variante brasileira do coronavírus.

*Com informações do Uol e do Estado de Minas.