Anúncio

Ácidos nucleicos: estrutura, funções e importância clínica

Índice

ÚLTIMA CHANCE | SÓ ATÉ 30/05

Você só tem +2 dias para garantir sua pós em medicina com até 54% DE DESCONTO no aniversário Sanar.

A sua aprovação no ENAMED 2026, com quem dominou a prova em 2025

Os ácidos nucleicos são macromoléculas fundamentais para a vida. Presentes em todas as células vivas, eles armazenam, transmitem e regulam a expressão da informação genética. Suas funções vão além da simples codificação de proteínas, pois também participam de mecanismos epigenéticos, reparo celular, diferenciação e regulação do ciclo celular.

Entre os principais ácidos nucleicos, destacam-se o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico). Ambos possuem estruturas bem definidas e desempenham papéis essenciais na fisiologia e na patologia humana. Portanto, compreender os ácidos nucleicos não apenas ajuda na compreensão da biologia molecular, mas também permite o avanço de estratégias diagnósticas e terapêuticas em diversas doenças, sobretudo as genéticas, infecciosas e oncológicas.

Estrutura dos ácidos nucleicos

A estrutura dos ácidos nucleicos baseia-se na união de unidades chamadas nucleotídeos. Cada nucleotídeo é composto por três componentes:

  1. Uma base nitrogenada (adenina, guanina, citosina, timina ou uracila)
  2. Um açúcar pentose (desoxirribose no DNA e ribose no RNA)
  3. Um grupo fosfato, responsável pelas ligações fosfodiéster que unem os nucleotídeos entre si.

O DNA geralmente apresenta uma estrutura de dupla hélice antiparalela, descoberta por Watson e Crick, com as bases emparelhadas de maneira específica: adenina com timina (A-T) e guanina com citosina (G-C). Esse pareamento garante a fidelidade da replicação e da transcrição. Por outro lado, o RNA, em sua forma mais comum, apresenta-se como uma fita simples, contendo uracila no lugar da timina.

Além dessas características básicas, a organização tridimensional dos ácidos nucleicos influencia diretamente sua estabilidade e função. Por exemplo, a metilação de citosinas em regiões promotoras pode silenciar genes, atuando na regulação epigenética. Assim, a estrutura química dos ácidos nucleicos não apenas armazena informação genética, mas também controla sua disponibilidade funcional.

Funções dos ácidos nucleicos

As funções dos ácidos nucleicos são diversas e interdependentes. O DNA atua como depósito da informação genética, enquanto o RNA participa de sua transcrição, tradução e regulação. Abaixo, detalhamos as principais funções:

Armazenamento de informação genética

A principal função do DNA é armazenar a informação necessária para a construção de proteínas e, consequentemente, para o funcionamento do organismo. Essa informação encontra-se organizada em genes, que representam segmentos específicos da sequência de DNA.

Replicação e hereditariedade

Durante a divisão celular, o DNA precisa se replicar fielmente para que cada célula filha receba a mesma informação genética. A enzima DNA polimerase conduz esse processo com alta precisão, embora erros ocasionais (mutações) possam ocorrer. Portanto, a replicação garante a continuidade genética, ao mesmo tempo que permite a variabilidade evolutiva.

Transcrição e tradução

A transcrição converte a sequência de DNA em RNA mensageiro (mRNA). Em seguida, o mRNA serve como molde para a síntese de proteínas durante o processo de tradução. Nessa etapa, os ribossomos interpretam a sequência de códons do RNA e adicionam os aminoácidos correspondentes.

Além do mRNA, o RNA também apresenta outras formas funcionais:

  • RNA ribossômico (rRNA): componente estrutural dos ribossomos
  • RNA transportador (tRNA): transporta aminoácidos até o ribossomo
  • RNA não codificante (ncRNA): regula a expressão gênica, influencia o empacotamento da cromatina e participa de processos pós-transcricionais.

Assim, os ácidos nucleicos se tornam indispensáveis em todas as etapas da síntese proteica.

Regulação da expressão gênica

A célula precisa controlar quais genes expressar em cada contexto. Para isso, ela utiliza mecanismos que atuam tanto antes quanto depois da transcrição.

Por exemplo, elementos como promotores, enhancers e silenciadores modulam a atividade transcricional. Já modificações pós-transcricionais, como o splicing alternativo, aumentam a diversidade proteica sem alterar o DNA.

Além disso, mecanismos epigenéticos, como a metilação do DNA e modificações nas histonas, controlam o acesso à informação genética. Portanto, os ácidos nucleicos não atuam apenas como depósitos de informação, mas também como reguladores ativos da atividade celular.

Importância clínica dos ácidos nucleicos

Na prática médica, os ácidos nucleicos desempenham papel cada vez mais central. Avanços nas técnicas de biologia molecular permitiram que médicos e pesquisadores usassem o DNA e o RNA como ferramentas para diagnóstico, prognóstico e terapia.

Diagnóstico de doenças genéticas

O diagnóstico de doenças genéticas é essencial para detectar alterações hereditárias que podem impactar a saúde desde os primeiros anos de vida. Condições como fibrose cística, distrofia muscular de Duchenne e síndrome de Marfan são causadas por mutações em genes específicos, e o sequenciamento de DNA é uma das principais ferramentas para identificar essas alterações com precisão. Esse exame permite confirmar suspeitas clínicas, prever riscos e iniciar intervenções precoces, quando necessário. Além da aplicação clínica direta, os testes genéticos têm papel fundamental no aconselhamento genético, especialmente para casais que desejam engravidar e famílias com histórico de doenças hereditárias.

A partir dos resultados, é possível avaliar a probabilidade de transmissão de determinadas condições aos descendentes, promover decisões reprodutivas mais seguras e oferecer suporte adequado aos pacientes e familiares. Dessa forma, o diagnóstico genético contribui para o manejo individualizado, a prevenção de complicações e o planejamento terapêutico a longo prazo.

Oncologia molecular

Cânceres frequentemente envolvem alterações genéticas e epigenéticas que afetam oncogenes ou genes supressores tumorais. Por exemplo, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 aumentam o risco de câncer de mama e ovário. Portanto, exames moleculares que detectam essas mutações ajudam na estratificação de risco e no planejamento terapêutico.

Além disso, testes como a biópsia líquida permitem detectar fragmentos de DNA tumoral circulante, possibilitando o monitoramento não invasivo do câncer.

Doenças infecciosas

As técnicas baseadas em ácidos nucleicos transformaram o diagnóstico de doenças infecciosas, permitindo a detecção rápida e precisa de agentes etiológicos. Um dos principais avanços foi a introdução da PCR (reação em cadeia da polimerase), que possibilita identificar fragmentos específicos do material genético de vírus, bactérias e outros microrganismos com alta sensibilidade e especificidade. Esse tipo de teste molecular é capaz de detectar até mesmo pequenas quantidades de DNA ou RNA patogênico, sendo extremamente útil em infecções agudas, crônicas ou de difícil cultivo laboratorial.

Durante a pandemia de COVID-19, a RT-PCR (PCR com transcrição reversa) tornou-se o método de referência para o diagnóstico do SARS-CoV-2, ajudando a rastrear a disseminação do vírus e a orientar medidas de saúde pública. Além disso, a PCR também é aplicada no diagnóstico de outras infecções virais, como HIV, hepatites virais, influenza e herpes, assim como em doenças bacterianas, como tuberculose. Sua rapidez, confiabilidade e capacidade de amplificação do material genético em poucas horas revolucionaram a prática clínica, contribuindo para o início precoce do tratamento, redução da transmissão e monitoramento de surtos. Com o avanço da biologia molecular, novas plataformas diagnósticas continuam a surgir, ampliando ainda mais o arsenal contra doenças infecciosas.

Terapias baseadas em ácidos nucleicos

A medicina atual também explora o uso terapêutico dos ácidos nucleicos. Entre os exemplos mais notáveis, destacam-se:

  • Terapia gênica: introduz genes funcionais para corrigir mutações patogênicas
  • RNA interferente (siRNA): silencia genes específicos, inibindo proteínas deletérias
  • Vacinas de RNA mensageiro: como as utilizadas contra a COVID-19, induzem resposta imune direcionada sem o uso do patógeno vivo.

Logo, os ácidos nucleicos se tornaram não apenas alvos, mas também agentes terapêuticos.

Medicina personalizada

A farmacogenômica estuda como variantes genéticas influenciam a resposta aos medicamentos. Assim, o perfil genético do paciente pode orientar a escolha de fármacos mais eficazes e seguros. Por exemplo, variações no gene CYP2C19 afetam a metabolização do clopidogrel, importante antiplaquetário usado em síndromes coronarianas.

Portanto, os ácidos nucleicos constituem a base da medicina de precisão, permitindo intervenções individualizadas com maior eficácia.

Estudando para a prova de residência?

O SanarFlix tem tudo que você precisa: videoaulas, questões comentadas, simulados e planos de estudo completos. Estude no seu ritmo, com os melhores professores do país.

Acesse agora e turbine sua preparação!

Referências bibliográficas

Compartilhe este artigo:

Cursos gratuitos para estudantes de medicina

Anúncio

Não vá embora ainda!

Temos conteúdos 100% gratuitos para você!

🎁 Minicursos com certificado + e-books