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Abordagem sobre métodos contraceptivos | Colunistas

Abordagem sobre métodos contraceptivos | Colunistas

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No ano de 1960, foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) a Enovid, a primeira pílula hormonal do mundo; desde então, outros métodos contraceptivos cada vez mais eficazes e com menos efeitos adversos têm sido criados.

Evidências apontam que, com o aumento do uso de contraceptivos, houve redução no número de mortes maternas nos países em desenvolvimento em cerca de 40% nos últimos 20 anos, reduzindo a gravidez não planejada e, portanto, o número de vezes que as mulheres enfrentam riscos na gravidez. (John Cleland, MA et al, 2012).

A escolha de um método contraceptivo para a mulher deve ser concentrada em atender suas necessidades e expectativas individuais, desse modo, esse texto abordará detalhadamente alguns métodos atualmente disponíveis.

Métodos hormonais

Trata-se de um método que contêm hormônios para sua atuação, geralmente estrogênio e progesterona sintéticos, que inibem a ovulação, uma vez que impedem a liberação do óvulo pelos ovários, descartando a possibilidade de que seja fecundado, assim como modificando o muco cervical, tornando-o mais espesso e dificultando a passagem do espermatozoide. Alguns exemplos são o contraceptivo hormonal oral, anel vaginal, adesivo anticoncepcional e o anticoncepcional injetável.

  • Contraceptivo hormonal oral: é o mais conhecido popularmente. A mulher deve ingerir uma pílula no mesmo horário todos os dias, mesmo sem ter feito relação sexual. 
  • Anel vaginal: pequeno objeto de plástico flexível que a mulher insere na vagina; nesse caso, os hormônios são lentamente liberados para prevenção da gravidez, sendo deixado no lugar por 3 semanas e depois fazendo uma pausa de 1 semana, completando o ciclo de 1 mês.
  • Adesivo anticoncepcional: material aderente para ser fixado na pele; sua atuação é por meio da liberação de hormônios, que são continuamente liberados, entrando na corrente sanguínea através da pele. O adesivo deve permanecer na pele durante 3 semanas, por um total de 21 dias, sendo que, na quarta semana do mês, ocorre a pausa para o período menstrual.
  • Anticoncepcional injetável: é uma injeção de hormônios no músculo, pode ser administrada uma vez por mês ou uma a cada três meses, e a forma como atua é semelhante à da pílula.

Por mais que os métodos hormonais sejam amplamente utilizados pela população, eles não protegem das DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), por isso, recomenda-se o uso associado ao preservativo.

Métodos de barreira

Impedem fisicamente que o esperma entre no útero, este método engloba principalmente, preservativos, diafragma, espermicida e a esponja contraceptiva.

  • Preservativos: são feitos de látex e oferecem proteção contra todas as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), tanto as causadas por bactérias quanto as causadas por vírus. Atualmente, existem preservativos masculinos e femininos, sendo que cada um possui sua especificidade para o uso correto e assim, possuir a devida segurança e eficácia.
  • Diafragma: consiste em uma cúpula flexível, com um lado côncavo e outro convexo, podendo ser feitos de látex ou silicone. É colocado na vagina e posicionado no colo do útero antes do ato sexual e só deve ser retirado 6 ou 8 horas depois do fim da relação. O diafragma atua impedindo que os espermatozoides entrem no útero, porém, não possui ação sobre a transmissão das DSTs.
  • Espermicida: disponíveis sob a forma de espumas, cremes, géis e supositórios, devem ser colocados na vagina de 10 a 30 minutos antes da relação sexual. Atuam aprisionando e danificando os espermatozoides, impedindo que fecundem o óvulo, porém, a eficácia dos espermicidas é limitada, recomendando que sejam utilizados associados a um outro preservativo de barreira, como um preservativo ou diafragma.
  • Esponja contraceptiva: esponja redonda em formato de travesseiro feita de poliuretano. É umedecida com água, dobrada e colocada profundamente na vagina até 24 horas antes da relação sexual e fornece proteção durante esse período, bloqueando a entrada dos espermatozoides no útero. Para a retirada da esponja, deve-se esperar pelo menos 6 horas após a última relação sexual.

Métodos definitivos

Trata-se de métodos contraceptivos de caráter definitivo, englobando a laqueadura tubária e a vasectomia.

  • Laqueadura tubária: procedimento de esterilização que consiste no ligamento ou corte das tubas uterinas, que ligam o ovário ao útero (FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA, 2017). Atualmente, a laqueadura tubária pode ser feita por via laparoscópica, via mini laparotomia ou via histeroscopia, sendo considerada um método contraceptivo permanente com uma taxa de eficácia de 99%.
  • Vasectomia: esterilização masculina através de um procedimento cirúrgico permanente, onde são cortados os canais que liberam os espermatozoides (FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA, 2017). O homem continua a ejacular normalmente, porém não haverá espermatozoides no meio do esperma, sendo considerado um método com eficácia de 99%.

Dispositivos intrauterinos

Esse método contraceptivo é popularmente conhecido como DIU e baseia-se em dispositivos intrauterinos contendo cobre e o sistema intrauterino de levonorgestrel. É uma técnica altamente eficaz, bem tolerada e segura, com a taxa de eficácia semelhante à esterilização cirúrgica feminina. (FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA, 2018).

  • DIU de cobre: dispositivo pequeno, em forma de T, com um fio ou cilindro de cobre. É colocado dentro do útero, liberando íons de cobre que imobilizam o esperma e dificultam sua motilidade dentro do útero. Após colocado, pode permanecer no lugar por até 5 ou 10 anos, no entanto, pode ser retirado a qualquer momento.
  • Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel (SIU-LNG): dispositivo intrauterino plástico em forma de T com um reservatório de levonorgestrel (LNG), liberando constante e regularmente pequenas quantidades de LNG por dia. A liberação intracavitária permite uma potencialização do efeito progestativo local, causando supressão da proliferação endometrial, decidualização e atrofia glandular, garantindo níveis hormonais sistêmicos baixos, funcionando basicamente pela supressão do crescimento da membrana que recobre a parede da cavidade uterina (endométrio). Método eficaz e apresenta pequeno risco de falha, com seu uso aprovado para até 5 anos.

Para finalizar, vale ressaltar a importância do avanço da medicina e de pesquisas no âmbito da saúde, juntamente com a tecnologia, pois estes fatos trouxeram a possibilidade de homens e mulheres utilizarem e escolherem diferentes métodos contraceptivos; no entanto, estes devem sempre ser conversados e discutidos com o médico em busca de alcançar seus objetivos individuais.

Autora: Thamires Teixeira Miranda Rodrigues

Instagram: thaamires.miranda

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