Carreira em Medicina

CASO CLÍNICO: Apendicite Aguda | LIGAS

CASO CLÍNICO: Apendicite Aguda | LIGAS

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Área: Cirurgia Geral

Autor: Thiago Bochi Bussolaro

Revisor: Vinícius Uler Lavorato

Orientador(a): Dr. André Aquino

Liga: Liga Acadêmica de Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental da ESCS (LATECCE-ESCS)

Apresentação do caso

W.M, masculino, 46 anos, chegou no pronto socorro do H.S.L. com queixa de dor em epigástrio, de início súbito e contínua há 2 dias, em cólica, de média intensidade (5 de 10), tendo migrado para a fossa ilíaca direita há 1 dia, aumentando de intensidade (8 de 10). Acompanhada por náuseas, um episódio de vômito na noite anterior e febre não medida. O paciente afirmava piora da dor com o movimento e melhora com uso de analgésicos e que havia se iniciado após um almoço em família.

Ao exame físico o paciente encontrava-se com fácies de dor, estado geral regular, anictérico, acianótico, taquipneico (frequência respiratória = 25 ipm), taquicárdico (frequência cardíaca = 110 bpm) e hipertenso (140×90 mmhg). Apresentava ruídos hidroaéreos reduzidos no quadrante inferior direito do abdome, dor à palpação superficial e profunda da fossa ilíaca direita, e sinal de Blumberg duvidoso no ponto de McBurney.

Foi elaborada a hipótese diagnóstica de apendicite aguda, momento no qual o paciente foi orientado a realizar um hemograma e ultrassonografia do ceco para confirmação da hipótese. O hemograma evidenciou leucocitose com leve desvio à esquerda (leucócitos = 17.000/mm3 bastonetes = 500/mm3), eritrócitos = 4,8 milhões/mm3, hematócrito = 43% e hemoglobina = 14g/dL. A ultrassonografia evidenciou apêndice retrocecal com 7mm de diâmetro anteroposterior.

A partir dos resultados obtidos pelos exames complementares o paciente foi diagnosticado com apendicite aguda e foi encaminhado para tratamento cirúrgico.

Questões orientadoras

  1. Quais seriam os diagnósticos diferenciais possíveis diante desse caso?
  2. Quais outros exames de imagem podem ser solicitados para o diagnóstico de apendicite aguda?
  3. Qual a fisiopatologia da apendicite aguda?
  4. Quais as principais causas de apendicite?

Respostas

  1. Outras doenças podem levar à inflamação e formação de abcesso na fossa ilíaca direita e mimetizar achados radiológicos de apendicite aguda, nesse caso, os principais diagnósticos diferenciais podem ser: diverticulite, doença de Crohn e apendicite epiplóica.
  2. Além da ultrassonografia, podem ser utilizadas também a tomografia computadorizada, que possui uma alta acurácia para o diagnóstico de apendicite aguda, e a radiografia simples de abdome, que apesar de poder ser usada no diagnóstico de apendicite aguda possui uma especificidade menor quando comparada à tomografia computadorizada.
  3. O principal mecanismo fisiopatológico da apendicite aguda é a obstrução da luz do apêndice. Essa obstrução compromete o retorno venoso, promove o acúmulo de secreções e favorece a proliferação bacteriana. A seguir observa-se ruptura da mucosa, gangrena e ruptura da parede. A consequência desse processo é o desenvolvimento de um processo inflamatório infeccioso afetando as regiões do peritônio parietal e visceral adjacentes.
  4. A principal causa de obstrução da luz do apêndice é a ocorrência de um fecalito. Outras causas menos comuns são obstrução por cálculo biliar, corpo estranho, linfonodos, parasitas ou neoplasias.